O trânsito de Pelotas tem diversos defeitos, mas um impera acima de tudo: a falta de educação. Temos ruas estreitas, com recuos insuficientes e nos falta sinalização suficiente, em especial nos semáforos, muitos escondidos. Mas os acidentes e demais problemas seriam, em sua maioria, resolvidos não fosse o desrespeito de muitas pessoas com síndrome de protagonista, que acreditam que o resto da população deve sempre lhe dar preferência.
Basta o leitor parar em uma esquina com sinaleira no centro da cidade e ver a quantidade de gente que acelera no amarelo, para em frente de garagem ou fala rapidinho no celular.
Vendo tal cenário, é até surpreendente ver a redução de multas aplicadas nos últimos anos. A falta de cinto de segurança, uma autoproteção, é o principal fator de ação dos agentes de trânsito. Categoria, aliás, constantemente desrespeitada pela população, como relata a reportagem da página 3 da edição impressa desta sexta-feira (10).
É inacreditável ouvir os relatos de quem está apenas prestando o seu serviço – essencial para o bom funcionamento da cidade – e que passa por tantos perrengues no dia a dia.
O governo que assume a cidade tem por obrigação melhorar diversos pontos na fluidez do nosso tráfego. Pelotas não é uma cidade que sofre com problemas crônicos de engarrafamento, mas vê pontos sensíveis precisando de atenção.
Os acidentes em cruzamentos, no entanto, são o grande desafio. Seja aumentando o recuo, a quantidade de semáforos ou a sinalização, é fundamental atacar esse problema que coloca diariamente a vida em risco.
Mas, muito além da cobrança do poder público, o pelotense precisa se adaptar para o trânsito. Não é aceitável fazer mínimas infrações, “aqui, rapidinho, precisei agora”. A lei vale para todos e, se existe, é para tornar nosso trânsito mais funcional.
As ruas e estradas são espaços de convivência e, como em todos os fatores da vida, o respeito e a educação devem imperar.