Em sua obra Bibliotheca Pública Pelotense, o jornalista Klécio Santos destaca diferentes aspectos que levaram essa entidade a se tornar tão relevante a Pelotas e região, graças à característica educativa/cultural fomentada desde a sua fundação em 1875.
Uma dessas formas foi abrir o espaço para que artistas plásticos locais e estrangeiros pudessem usar seus salões para mostras de arte pictórica, desde os primeiros anos. Nomes como do pelotense Leopoldo Gotuzzo (1887-1983) ou do espanhol Guilherme Litran (1840-1897) expuseram por lá.
O paisagista gaúcho Libindo Ferraz (1877-1951), um dos fundadores do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, recorreu a este espaço cultural para divulgar e vender suas obras, registra o jornalista.
Ferraz, por exemplo, fez três exposições, entre 1924 e 1928, na casa. Em agosto, também de 24, o russo Paulo Gagarin (1885-1980) também mostrava sua produção na BPP. Ainda no mesmo ano, passaram pelo local o paulista Luiz Franco, Waldemar Belisário (1895-1983) e o húngaro Janos Viski (1891-1987).
Segundo o livro de Santos, “a exposição de Belisário foi simultânea à de Viski, em novembro. O húngaro…, que retratava cenas da campanha – cavalos eram sua paixão – , no pavimento superior da BPP, e Belisário, na parte térrea”.
Acervo
Pelos corredores e paredes da Bibliotheca estão exemplares desta forte ligação com as artes plásticas. Para além dos objetos de arte e dos livros, a entidade ao longo dos quase 150 anos se mantém recebendo ou promovendo diferentes atividades culturais, mesmo agora com o Salão Nobre fechado para reformas.
“O Salão Nobre não está disponível, mas o térreo (retira-se as mesas) está disponível”, diz a atual presidente da entidade, Lisarb Costa. Entre as programações culturais estão o programa A Hora do Faz de Conta (contação de histórias) e as aulas de teatro.
A BPP fica na praça Coronel Pedro Osório, integrando o Centro Histórico do município, e funciona de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 17h.
(Fonte: Bibliotheca Pública Pelotense (Edição Fructos da Paiz, 2017), de Klécio Santos)
