No recorte de setembro a outubro deste ano, o fluxo de veículos em rodovias gaúchas cresceu 2%. A recuperação após o período das enchentes foi estimulada pelo aumento de 3,7% no tráfego de veículos pesados, enquanto o de leves subiu 1,4%.
Os dados são da última edição do Monitor de Tráfego nas Rodovias, levantamento realizado pela Veloe em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No entanto, de acordo com a Ecosul, concessionária que administra o polo rodoviário da região, até o momento, a comparação entre 2023 e 2024 aponta que o fluxo de veículos comerciais nas rodovias do entorno de Pelotas teve uma redução de 1,4%.
A concessionária afirma que em 2024 houve significativa redução de circulação de veículos comerciais no polo Pelotas, em abril e maio, devido aos eventos climáticos extremos. No entanto, embora tenha havido o comprometimento das safras agrícolas em decorrência das chuvas, é possível notar uma recuperação.
Ainda conforme o relatório estadual, ao verificar o contraste do período atual com o mês de outubro de 2023, a movimentação de veículos nas estradas do Rio Grande do Sul teve um “crescimento expressivo” de 18,6% em 2024, refletindo uma retomada econômica após os desafios logísticos e de infraestrutura impostos pela tragédia ambiental de abril e maio. À época, havia restrições na mobilidade de veículos, pessoas e mercadorias, com efeitos nos índices de mobilidade e indicadores econômicos. No entanto, naquele período, havia os impactos da enchente de setembro, que afetaram boa parte do Estado.
Impactos
Apesar dos avanços citados, o documento aponta que o tráfego de veículos leves registrado no acumulado de um ano afetou o índice geral, levando à queda de 1,4% em comparação com o ano passado. Segundo o levantamento, esse cenário fortalece a correlação entre mobilidade e atividade econômica, com prejuízos na cadeia logística e nos setores industrial e agropecuário.
Para a Ecosul, é importante considerar que parte do tráfego que deixou de ser registrado em abril e maio não se recupera. Esse é o caso dos veículos leves, da mesma maneira que o transporte de alimentos perecíveis e a ausência de produção industrial, por exemplo. Por outro lado, há outra parte do tráfego comercial que fica represada e termina por circular posteriormente, como a safra de grãos colhidos e armazenados para posterior exportação ou beneficiamento.