A 50ª Feira do Livro de Pelotas se encerra neste domingo (17) depois de 18 dias de intensa programação e milhares de livros vendidos, para alegria dos livreiros. Dos três dias do feriadão, sexta-feira (15) foi o que teve o maior volume de público em um só dia, comentam os expositores, que conseguiram bater suas metas de vendas. A direção da Câmara Pelotense do Livro, entidade organizadora do evento, avalia que cerca de 100 mil pessoas circularam pelas alamedas da praça Coronel Pedro Osório, nestas duas semanas.
“Essa Feira superou as minhas expectativas de público e de vendas, o tempo colaborou também”, comenta o livreiro Zelpi Plamer, que expõe no evento desde 2017. “No começo a gente sempre fica apreensivo, mas correu tudo muito bem”, fala Plamer, que vendeu cerca de 1,5 mil livros a mais do que em 2023. O sócio da livraria Trilha da Cultura, só trabalha com feiras e eventos, mas em fevereiro resolveu abrir uma loja física. “Estou há 14 anos como livreiro e esse ano resolvemos expandir, mas eu continuo nas minhas feiras. Esse trabalho não tem como largar”, comenta.
“Para nós foi muito bom, a gente teve a oportunidade de lançar dois autores e além disso dar ênfase aos autores locais, então isso foi nosso diferencial nesse ano. E teve bastante saída para essas obras, ficamos muito contentes”, fala a editora-chefe do Núcleo de Editora e Livraria da UFPel, professora Ana Bandeira. A editora da Universidade estava fora da Feira desde 2019.
Ana ainda salienta que o evento deu visibilidade para a linha de produtos, criados para ser mais um elo entre a Universidade e a comunidade. “Ficamos muito satisfeitos com os resultados”, diz.
“Ontem (dia 15) já tínhamos batido a meta do ano passado. Então estamos com mais dois dias para levar os números para além das expectativas”, fala André de Souza e Silva, da Feito de Letras.
Para o livreiro, além do clima favorável, a programação da Feira, com muitos autores conhecidos, contribuíram para uma edição favorável. “Raphael Montes, por exemplo, lotou a praça, faltou livro… a presença dele fez a diferença. O autor bom na Feira, faz a diferença”, comenta.
Conexão e legado
Montes, autor de livros como Uma família feliz, foi atração no dia 8, ficou aproximadamente seis horas na praça atendendo seu público. “Ele autografou 800 exemplares na Bienal de São Paulo e o segundo lugar em número de autógrafos foi com Pelotas. Aqui ele deve ter autografado em torno de 550 livros”, relembra a presidente da Câmara, Bete Lovatel.
Feliz com a bem-sucedida edição, a livreira acredita que o tema deste ano, Conectando gerações, construindo futuros esteve presente nas atividades propostas. “Essa questão de conexão e de legado acho que foi fortalecida aqui na praça, através de várias ações. Acho que a gente atingiu o objetivo sim”, avalia.
Bete, que está há três anos como presidente da Câmara, cargo que ela se despede nesta edição, destaca a união de esforços para a realização da Feira do Livro. “Acho que o livro tem que ser fomentado por todo mundo que acredita no poder que ele tem”, fala.
A organizadora do evento, Théia Bender, também percebe que as expectativas foram superadas. “Fora a questão das crianças, que foi surpreendente. Vieram não só as crianças das escolas públicas, mas também das instituições privadas. Das 13h30min até as 17h30min a praça ficava lotada, tínhamos estudantes em todos os lados. Isso foi maravilhoso, há anos que a gente batalha por isso”, fala.
Últimas horas
Durante 18 dias do evento levou ao público mais de 150 atrações, entre espetáculos culturais e encontros com os autores. Somente sessões de autógrafos tiveram 65 obras lançadas.
A técnica em Química Marilise Bahr, 41, aproveitou o sábado (16) de sol e calor para visitar a Feira do Livro pela primeira vez nesta edição. Junto com ela estavam os dois filhos, Helena, 9, e Henrique, 13, e o marido. “Eu gosto de ler e estou tentando estimular a ela a ler também”, falou sobre a filha Helena, 9, que está começa a tomar gosto pela leitura.
Em busca de bons preços, a professora Amanda Basílio Barbosa, 28, também aproveitou o penúltimo dia do evento para garimpar bons títulos. “Eu costumo vir e busco livros para minha leitura, mas também procuro livros infantis ou para estudo mesmo”, conta.