Pelotas registra abstenção acima da média nacional
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira14 de Novembro de 2024

Eleições 2024

Pelotas registra abstenção acima da média nacional

Com 24,33% de ausências no primeiro turno, candidatos vão direcionar esforços e ganhar uma parcela que pode fazer a diferença no dia 27 de outubro

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Atualizado terça-feira,
08 de Outubro de 2024 às 08:49

Pelotas registra abstenção acima da média nacional
60,5 mil pessoas deixaram de ir às urnas neste domingo. (Foto: Jô Folha)

Pelotas teve 24,33% de abstenção no pleito de domingo, superando a média nacional que foi de 21,71%. São 60,5 mil eleitores que deixaram de votar, além dos quase 15 mil entre branco e nulos que a partir de agora entram na lista dos candidatos ao segundo turno à prefeitura de Pelotas, Fernando Marroni (PT) e Marciano Perondi (PL), como eleitores em potencial. Uma boa parcela está na população com mais de 70 anos, sem obrigatoriedade de ir ao pleito e que pode fazer a diferença no próximo dia 27.

O professor de ciência política da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Álvaro Barreto, diz que normalmente a abstenção aumenta no segundo turno, com exceção de 2022, quando a disputa ficou bastante acirrada entre o presidente Lula (PT) e o candidato Jair Bolsonaro (PL).

As siglas e a polarização política que estão em jogo para chegar ao Executivo municipal são as mesmas, mas o entusiasmo político, na visão do cientista político, não, a contar pela movimentação dos eleitores. “Isso não significa, necessariamente, um desinteresse pela política, mas a leitura que costuma fazer nesses casos”, avalia Barreto.

Um dos fatores para o aumento progressivo da abstenção, de acordo com ele, está atrelado ainda ao trânsito progressivo de eleitores que deixam de morar no município e não transferem seus títulos, como uma forma de burlar a obrigatoriedade do voto.

Outro elemento apontado pelo analista está na data próxima ao final do mês, quando muitas pessoas não têm recursos para vir a Pelotas votar, além de serem menos opções de candidatos na corrida eleitoral, levando em conta a ideologia política de cada eleitor.

Idades

Outra questão a ser levada em conta é a parcela isenta do pleito que tem crescido a cada eleição. Só acima dos 70 anos em Pelotas, com aptidão ao voto são 32,1 mil eleitores sendo que 72,73% estão na faixa dos 70 aos 79 anos. O que pode mobilizar as eleições em Pelotas é o acirramento da disputa, algo que na visão de Barreto não aparenta ocorrer. “Não há uma sensação de urgência de decidir a eleição, de participar da eleição”.

20 dias de campanha

Os dois candidatos que estão no segundo turno têm 20 dias para conquistar não só os eleitores que não compareceram às urnas e os brancos e nulos, mas também os 47,6 mil que foram depositados para os concorrentes.

Projeção de Marroni

O candidato Fernando Marroni (PT) diz que pretende convencer o eleitor através das propostas objetivas para resolver o problema da vida das pessoas. A mensagem para quem não vota é o enfraquecimento da democracia. “É importante que tenhamos uma posição. Se a gente não decidir, os outros decidirão por nós”, aponta. Para os idosos que não têm mais obrigatoriedade, Marroni lembra que eles têm assegurado o direito de exercer a cidadania e precisam dos serviços públicos, de saúde, de moradia e de zeladoria, com um futuro pela frente.

Projeção de Perondi

O candidato Marciano Perondi (PL) promete trabalhar para mudar Pelotas, com propostas diferentes. “Nós temos que fazer com que o povo acredite na eleição. Temos que trazer algo bom”. Junto à população idosa, Perondi diz que vem apresentando programas e que mesmo não tendo a obrigação de votar, eles têm o direito de decidir sobre o futuro deles e das próximas gerações. “Percebi que muita gente acha que não pode mais votar porque tem mais de 70. Temos que desconstruir isso, pois eles podem estar ajudando a eleger outro candidato”.

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