Restauro de esculturas do período missioneiro é atração no Museu do Doce
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

Exposição

Restauro de esculturas do período missioneiro é atração no Museu do Doce

Nova atração apresenta dez obras do acervo do Museu Antropológico Diretor Pestana, da Unijuí

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Restauro de esculturas do período missioneiro é atração no Museu do Doce
Obras chegaram a Pelotas a partir de acordo de cooperação técnica entre Universidades (Foto: Ana Cláudia Dias)

Dentro da programação da Primavera dos Museus, o Museu do Doce da Universidade Federal de Pelotas em parceria com o Museu Antropológico Diretor Pestana, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS (Unijuí) abre nesta quarta-feira (18) a exposição Esculturas Missioneiras: Imagens Devocionais Restauradas pelo curso de Conservação e Restauração da UFPel. Trata-se de dez obras, a maioria é de imagens de santos, do século 18, oriundas das Missões Jesuíticas, compondo um precioso acervo que remonta uma parte importante da história do Rio Grande do Sul. A visitação pode ser feita até o dia 16 de outubro, de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.

As obras chegaram a Pelotas para serem restauradas, a partir de um acordo de cooperação técnica entre o Museu Antropológico Diretor Pestana e o curso de Conservação e Restauração de Bens Culturais da UFPel. A coordenação do trabalho foi da professora Daniele Fonseca. 

As esculturas foram restauradas dentro da disciplina de Conservação e Restauração de Bens Culturais em Madeira, explica a professora. “São esculturas bastante representativas de um período da ocupação do território gaúcho”, comenta. Das dez obras, três delas não são missioneiras, provavelmente tenham vindo da Bahia.

As peças vieram para o curso da UFPel principalmente por causa da escultura de Santo Isidro. Acidentalmente a obra recebeu uma pintura inadequada, que diminuía seu valor histórico. A direção do Museu de Ijuí solicitou que fosse feita a remoção da camada de tinta esmalte. O desafio foi complexo pelo tamanho da peça e pela delicadeza que o processo exigia. 

“Foi todo um processo de estudo dos produtos químicos e de como nós faríamos a remoção de toda aquela repintura sem agredir o resto de pintura que tinha por baixo. A gente conseguiu fazer isso com bastante sucesso”, conta Daniela.

Retirar a camada de tinta acrílica do Santo Isidro foi o maior desafio da equipe (Foto: Ana Cláudia Dias)

 

Estética reflete a história

As outras esculturas passaram por processos menos invasivos, como consolidação de suporte e higienização, sem que resultasse em uma mudança na aparência da peça. “Às vezes as pessoas acham que uma restauração é para deixar novo. Não necessariamente, o Museu trabalha com esculturas do período missioneiro, elas passaram por guerras, por abandono e o estado estético em que elas se encontram reflete isso”, explica Daniele. 

As peças maiores são o Santo Isidro e a imagem de Nossa Senhora da Glória, esculpida em um tronco maciço e que deve pesar em torno de 250 quilos. Também estão entre as obras de grandes dimensões um anjo missioneiro e um castiçal, ambos em madeira. 

Imagem de Nossa Senhora da Glória, esculpida em um tronco maciço e que deve pesar em torno de 250 quilos (Foto: Ana Cláudia Dias)

Documentação em 3D

A exposição ainda vai apresentar o trabalho da mestranda Olga Cabral, que está fazendo a digitalização em 3D das esculturas. O processo de documentação em três dimensões pode ser utilizado em exposições virtuais, por exemplo, ou em jogos educativos. 

Visite

O quê: exposição Esculturas Missioneiras: Imagens Devocionais Restauradas pelo curso de Conservação e Restauração da UFPel

Onde: Museu do Doce, praça Coronel Pedro Osório,8

Quando: até 16 de outubro, de terça a domingo, das 10h às 18h

Entrada franca

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