Quem tem uma ponte, não tem nenhuma. A lógica parece um pouco sem sentido mas, vendo tudo que o Rio Grande do Sul passou nos últimos meses, quem não ficou preocupado com um potencial problema na ponte sobre o São Gonçalo não estava prestando atenção. Qualquer problema estrutural na principal conexão do Extremo Sul com o resto geraria impactos financeiros e sociais absurdos. Portanto, confiar apenas em uma conexão entre Rio Grande e seu porto com o resto do Rio Grande do Sul é uma aposta alta e arriscada.
Claro, há a possibilidade de conexão pelo estreito de São José do Norte, mas a própria balsa ficou prejudicada com as enchentes de maio. Em um novo extremo, claramente não é confiável. Requalificar a segunda ponte sobre o São Gonçalo oferece opção e segurança logística, além de reforço na fluidez do tráfego.
A potencialidade logística da Zona Sul, como um elo de conexão do sul do Mercosul, não pode ficar à mercê de apenas uma via de duas mãos. Em uma catástrofe ou em um acidente de maior magnitude, todo o fluxo de caminhões ao Porto para e a economia gaúcha cambaleia. Fora isso, a segunda ponte, desativada há tantos anos, se tornou um ponto de perigo e insegurança. Não são poucos os relatos de crimes cometidos em um local abandonado.
Agora é hora de reforçar essa necessidade, junto a outros pontos, como a manutenção de voos frequentes para os grandes centros do país, a finalização da duplicação da BR-116 e um estudo sério e direto sobre o transporte ferroviário de passageiros na região. Com tudo isso, a Zona Sul do Rio Grande do Sul vira um raríssimo ponto de interior do país a ter uma ampla gama de modais de transporte à disposição do turista, do empreendedor e dos seus cidadãos. Com esse cenário, torna-se quase uma região metropolitana e facilita as conexões entre todas as potencialidades a serem exploradas por aqui.
