Pelotas faz mutirão para recadastro do Auxílio Reconstrução
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Pelotas faz mutirão para recadastro do Auxílio Reconstrução

Segundo a prefeitura, cerca de duas mil famílias poderão tentar novamente o benefício do governo federal

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Atualizado terça-feira,
03 de Setembro de 2024 às 20:05

Pelotas faz mutirão para recadastro do Auxílio Reconstrução
Nas Doquinhas, moradores relatam que grande parte da comunidade teve problemas com o cadastro junto à prefeitura para acessar as verbas federais. (Foto: Jô Folha)

Na última semana, o governo federal prorrogou para até 15 de setembro o prazo de recadastramento do Auxílio Reconstrução. Assim, a prefeitura de Pelotas inicia nesta quarta-feira (4) um mutirão para atender às famílias que ainda não tiveram acesso ao benefício.

Em Pelotas, a prefeitura aponta que cerca de duas mil famílias não tiveram acesso ao Auxílio Reconstrução devido à dificuldade cadastral. Outras 4,3 mil conseguiram.

Cada localidade atingida pelas cheias terá data específica para o mutirão, que ocorre no Paço Municipal entre hoje e o dia 13, com a distribuição de fichas entre as 8h e 14h.

Confira o cronograma do mutirão na sede da Prefeitura

– Quarta-feira (4 de setembro): Colônia de Pescadores Z-3 (228 cadastros*)

– Quinta e sexta-feira (5 e 6 de setembro): Laranjal (622 cadastros*)

– Segunda e terça-feira (9 e 10 de setembro): Areal, Centro, Ceval, Doquinhas, São Gonçalo (618 cadastros*)

– Quarta e quinta-feira (11 e 12 de setembro): Fragata, Simões e Farroupilha (586 cadastros*)

– Sexta (13 de setembro): remanescentes

* número de famílias que tiveram o acesso negado ou ainda estão com o processo em avaliação

Problemas de documentação

Segundo o governo federal, o maior obstáculo enfrentado para a liberação das verbas é a falta de comprovação do endereço informado. Portanto, um dos requisitos da prefeitura de Pelotas é de que sejam entregues as documentações de todos os integrantes do núcleo familiar.

Dessa forma, o Dataprev – que checa os dados informados pelas prefeituras – terá maior probabilidade em relacionar a solicitação do auxílio aos moradores das localidades atingidas.

Meses de espera

Milhares de famílias tentam retomar a rotina de normalidade após a enchente de maio. Nas Doquinhas, moradores relatam que grande parte da comunidade teve problemas com o cadastro junto à prefeitura para acessar as verbas federais.

É o caso das irmãs Priscila e Ticiane Silva de Araujo (35 e 38 anos, respectivamente). Elas são vizinhas em terrenos de posse, e há mais de dois meses iniciaram as tratativas com a prefeitura para receber os auxílios.

Priscila afirma que foi quatro vezes apenas para tentar cadastrar o CPF. Depois, no fim de julho, recebeu a informação de que o cadastro estava em análise. Agora, com o pedido negado, ela acessou o site do governo federal e recebeu a informação de que precisa cadastrar a documentação dos três filhos que moram com ela.

Início de reconstrução

No Pontal da Barra, a situação inverte-se. Grande parte dos moradores já recebeu o Auxílio Reconstrução. Na localidade, as famílias estão reerguendo as casas que foram destruídas pelas águas, após doação de material entre a prefeitura e a iniciativa privada.

“O auxílio me ajudou muito!”, garante a aposentada Rosa Maria Koglin, 65 anos. Com a verba de R$ 5,1 mil, ela mandou fazer três portas novas para a casa e pagou dívidas adquiridas durante a enchente, e recebeu doações de alguns móveis, como geladeira e balcão de pia.

Ao menos duas famílias, no entanto, afirmam que tiveram o auxílio negado pelo governo federal. É o caso da pescadora Marilanda Fonseca, 37 anos. Ela tentou três vezes requisitar o auxílio reconstrução.

Na última semana, descobriu que o pedido foi rejeitado porque consta que “outro CPF no meu Cadastro Único já fez o pedido, mas sou só eu e minha mãe no Cadastro, e nenhuma das duas fez a solicitação”, diz.

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