O 29 de agosto é o dia nacional do combate ao tabagismo. A data tem o intuito de informar, conscientizar os problemas causados pelo cigarro e reduzir o número de fumantes no país. Em relação ao enfrentamento de mortes e doenças provocadas pelo fumo, o Brasil ocupa o primeiro lugar da lista entre os países da América com propostas intervencionistas à indústria do tabaco, de acordo com pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2023.
Embora seja um exemplo de resistência ao fumo, o quadro de fumantes em solo brasileiro ainda é alto. O mesmo estudo aponta que 12,6% da população adulta do Brasil é tabagista. Segundo o médico pneumologista Ricardo Noal, o uso de cigarro está associado a doenças em diversas especialidades médicas que vêm sendo esclarecidas por estudos há mais de 70 anos.
“Ele é um fator de risco para doenças cardiovasculares, então para cardiopatia isquêmica, infarto, insuficiência cardíaca, para doenças vasculares cerebrais, doenças renais, insuficiência renal, piora do controle, piora da diabetes”, exemplifica. “Quando nós consideramos as causas de morte no mundo, o cigarro é um grande fator de risco para quase todas elas”.
Tema anual
Neste ano, a campanha do Instituto Nacional do Câncer (Inca) lança o foco da prevenção para mulheres grávidas, alertando sobre os malefícios para a gestante e para o bebê, além das consequências do fumo, como parto prematuro, nascer com baixo peso, malformações congênitas e síndrome da morte súbita ao nascer.
O professor e médico homeopata Roni Quevedo também coordena o programa UCPel Mais Saudável Fumo Zero. Ele alerta para a necessidade de discussão do tema. “Uma grávida fumante, o feto é um fumante ativo. Todo o cigarro que ela fuma, ele fuma ao mesmo tempo”, diz.
Novos dispositivos
Outra preocupação envolve a camada mais jovem da sociedade. Cigarros eletrônicos, conhecidos como vape, e narguile, por exemplo, são itens cada vez mais conhecidos entre os adolescentes e, embora tenham formas e sabores diferentes do cigarro convencional, causam um prejuízo inclusive maior à saúde do usuário. O pneumologista explica que a criação do cigarro eletrônico é uma nova maneira de oferecer nicotina, em uma escala ampliada.