Estamos à véspera de um novo ano, que é sempre peculiar. Quando há eleições, tudo é diferente. As promessas ficam mais atraentes, os políticos ficam mais receptivos e o complicado fica mais fácil de alcançar. Na Zona Sul, vivemos um momento de encruzilhada, entre retomada do Polo Naval, avanços infraestruturais, mudança em contrato de concessão de rodovias e atração de investimentos. Ao longo dos últimos anos, vivemos de celebrar anúncios e, a partir de agora, é momento de celebrar inícios de obras. Mais promessas são bem-vindas, por óbvio. Mas é preciso eficácia.
A realidade atual põe os municípios em uma posição de peregrinar até Brasília ou Porto Alegre atrás de verbas. A vida acontece nas cidades, mas o recurso normalmente não vem na mesma proporção. Por isso, há também aquele tom de benevolência e heroísmo sempre que um recurso é anunciado. Tudo bem, o teatro faz parte do jogo político, mas em ano eleitoral, a promessa não pode ficar eleitoreira. Precisamos do empenho, do aval para início de obras e da execução.
E para isso há uma série de fatores. Óbvio, várias delas já iniciaram ou foram avalizadas, como os dois grandes hospitais de Pelotas e as construções de gaseiros em Rio Grande. A ponte de São José do Norte e a segunda sobre o São Gonçalo, bem como as obras do PAC em Pelotas, parecem estar garantidas. Mas, diante de uma população escaldada que viu o cavalo do desenvolvimento ir pastar em outros campos por decisões políticas tantas e tantas vezes, é natural a desconfiança até o último segundo. Enquanto a obra prometida não estiver concluída, há a preocupação.
Mas o temor não pode virar trava. Temos tudo para viver mais um grande ano na esfera dos avanços. Falta ainda a cereja do bolo, que é a atração de uma mega indústria para a Zona Sul, mas estamos no caminho. O ano de 2025 foi de grandes avanços na questão portuária e isso vai impactar diretamente toda a região. As expectativas são excelentes e temos tudo para ser o grande polo econômico do Estado nas próximas décadas. Mas, com toda a redundância, para que isso seja feito, precisamos que as coisas prometidas sejam feitas.
