Pelotas e Rio Grande precisam ficar atentos à questão ferroviária que se debate no Rio Grande do Sul. A reta final de contrato com a Rumo tem feito lideranças empresariais, políticas e entidades voltarem-se ao tema cada vez mais. E nós, como o ponto final da rota ferroviária gaúcha, temos todos os motivos para ficarmos atentos quanto ao que o futuro reserva. Nosso desenvolvimento passa pelo fortalecimento da logística voltada ao Porto de Rio Grande. E isso não se faz apenas com estradas.
Não é uma questão de ou um, ou outro. Fortalecer as ferrovias é também uma maneira de qualificar o modal rodoviário. Ao aliviar o fluxo de cargas movidas através de caminhões, melhoramos a qualidade do tráfego, a infraestrutura das estradas sofre menos e os custos são reduzidos. Toda a cadeia econômica é impactada positivamente e nossas estradas ficam melhores de trafegar. A diminuição do uso de trens e o esquecimento dos trilhos no Estado nas últimas décadas foi extremamente prejudicial para nossa economia.
Ações que dialoguem com não apenas a manutenção, mas a ampliação do fluxo de cargas e até de transportes de pessoas pelos trilhos atendem nossos interesses. O modelo ideal, inclusive, permitiria a entrada de múltiplos operadores, estimulando a concorrência. Há demanda tanto do agronegócio quanto da indústria e a conexão não só interna, mas também com outros estados e até países do Cone Sul fortaleceria frontalmente a questão portuária, tão fundamental para o desenvolvimento da Zona Sul do Estado. Sem falar no que transporte ferroviário de pessoas poderia impactar no turismo de uma região que tem a característica de ter suas cidades distantes umas das outras.
A integração de rodovia-ferrovia-hidrovia-aeroporto é a chave do quebra-cabeça para a economia da Zona Sul no futuro próximo. Enquanto trabalhamos para o fortalecimento dos nossos portos e aeroportos e debatemos o futuro das rodovias através da duplicação e próxima concessão, não podemos esquecer que os trilhos também são fundamentais. A região precisa, através de suas lideranças e entidades, engajar nessa luta por um contrato justo e interessante para o futuro próximo. É um tema essencial para o nosso futuro, com importância similar aos demais assuntos logísticos.
