Representado pelo atual coordenador, Fabrício Boscolo, o projeto pelotense Remar para o Futuro recebeu uma homenagem na Câmara dos Deputados, em Brasília. A iniciativa foi agraciada com a Medalha Rei Pelé, destinada a pessoas e instituições que se destacam na promoção do esporte para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Sendo a única instituição gaúcha a receber a honraria nesta edição, o coordenador reforça que a medalha simboliza a coroação de um trabalho com mais de 10 anos de história e o reconhecimento de uma ação que é interinstitucional, envolvendo a prefeitura, Centro Português 1º de dezembro e UFPel, que tem como objetivo primordial transformar a vida pelo esporte.
“Com muito esforço, dedicação e empenho, seguimos superando as diferentes barreiras, sejam elas financeiras, sociais, técnicas, para que o Remar para o Futuro possa continuar a existir e ser motivo de orgulho para toda sociedade pelotense, de forma geral, e agora, porque não, para todo o Brasil”, diz.
Este ano foram condecoradas oito pessoas e cinco instituições, públicas e privadas, que se destacaram na contribuição para o desenvolvimento, promoção ou garantia do acesso ao esporte por pessoas de menor poder aquisitivo ou em situação de vulnerabilidade.
Além do Remar, o ex-jogador da seleção brasileira, Dunga, também recebeu a medalha por sua liderança no projeto “Seleção do Bem 8”, que doou 227 casas para famílias que perderam seus lares durante as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul.
Reconhecimento
A indicação de candidatos à Medalha Rei Pelé é feita por qualquer membro da Câmara dos Deputados, no exercício de seu mandato. No caso do Remar para o Futuro, a indicação foi do deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), que acompanhou Boscolo durante a cerimônia.
Para o deputado, o reconhecimento é, além de justo pela trajetória do projeto, um estímulo. “Há dez anos o Remar para o Futuro tem transformado vidas através do esporte. Passou por uma tragédia que marcou o país. Resistiu. E segue vencendo competições”, afirma.
Momento do Remar
Ao longo da última década, mais de 150 jovens, entre 12 e 18 anos, já foram atendidos pela iniciativa, que também se destaca por ter formado atletas que representaram o Brasil em competições internacionais. As atividades, realizadas em turno inverso ao escolar às margens do Arroio Pelotas, são destinadas a alunos de escolas públicas.
Na avaliação do coordenador do Remar, o atual cenário reflete um 2025 de reconstrução. “A nossa grande conquista neste ano foi fazer com que o projeto continuasse a existir, porque ele tinha tudo para ruir e ser interrompido, mas contrariando tudo isso, conseguimos fazer com que ele se mantivesse vivo e se fortalecesse”, destaca Fabrício.
No momento, são atendidos mais de 30 jovens pelo Remar para o Futuro, com atividades regulares, desde a inicialização até a especialização e aperfeiçoamento de jovens no esporte, que é o remo olímpico.
Sobre o futuro, Boscolo projeta um 2026 de redirecionamento. “Esperamos conseguir participar de pelo menos três competições, para isso precisamos de auxílio financeiro, porque os recursos que tínhamos eram destinados exclusivamente para as competições de 2025”, destaca.
Recentemente, atletas do Remar participaram da Copa Sul-Sudeste de Remo e do Campeonato Brasileiro de Jovens Talentos, em Porto Alegre. Ao todo, conquistaram 16 medalhas e a equipe terminou em sexto lugar geral entre 24 equipes participantes. Ao falar em continuidade, o coordenador reforça o otimismo. “Espero que o Remar consiga corresponder às expectativas da sociedade e siga remando na raia da vida e transformando cada pessoa que se conectar, através do esporte”, diz.
