Viver nos ajuda a ter respostas

Opinião

Felipe Gonçalves

Felipe Gonçalves

Psicólogo

Viver nos ajuda a ter respostas

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A rotina está acontecendo e, com ela, os desafios. A sensação é que você os resolve de forma automática. Admita, você já se viu nessa situação, né? Eu também.

Talvez isso ocorra no trabalho. Ou nas suas relações pessoais. Ou até nas tarefas domésticas, que equilibramos no meio de tudo isso. A reflexão que proponho não é a respeito da agilidade de resolução, mas sobre o automatismo que, às vezes, nos priva da assertividade.

Apesar de buscarmos a resposta certa, por vezes repetimos comportamentos aprendidos no passado, como reflexos automáticos. Esse mecanismo atua de forma quase invisível em todos nós. Reagimos como fomos ensinados a reagir, mesmo que a situação seja outra. Essa repetição nos mantém rígidos.

Para provocar essas respostas, resgato o conceito de “estranhamento”: apresentar coisas comuns de forma não familiar, para que possamos ver o mundo de outro modo.

Clarice Lispector fazia isso na literatura — transformava o cotidiano em algo extraordinário. Nas suas obras, são as pequenas coisas que revelam.

Uma forma possível de sair do automático é pela espontaneidade — a capacidade de dar novas respostas a novas situações. Em outras palavras, é a prontidão para agir de formas diferentes.

Essas respostas são construídas a partir do que já vivemos. Por isso, pergunto: você tem construído repertório? Ele é conjunto de vivências, conhecimentos e contextos que formam nosso arcabouço de referências. Nossa “caixinha” de experiências.

No trabalho, nas relações pessoais ou em quaisquer outros contrastes da vida, a experiência é uma escola de respostas.

Inclusive, experiências pessoais influenciam – e muito – como encaramos a vida profissional.

No meu caso, o ciclismo foi o esporte que mais me ensinou. Resiliência, planejamento, aceitar a falha, trabalhar em equipe, autoestima… muitas “ferramentas” vieram girando as rodas por aí.

Assim como ferramentas precisam de manutenção, nossas respostas ao mundo também. Na próxima vez em que se perceber no automático, pergunte-se: estou reagindo como sempre ou criando novas possibilidades?

Afinal, viver nos ajuda a ter respostas.

E perguntar nos ajuda a continuar vivendo.

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