Transitar pela avenida Fernando Osório tem sido, a cada dia, uma tarefa mais desafiadora. Porta de entrada da cidade, o problema se tornou quase comum há muito tempo, e piorou bastante com as chuvas dos últimos meses. Com contrato já assinado, a expectativa é que as obras de requalificação da via comecem ainda em agosto. O prazo para conclusão, a depender das condições climáticas, está previsto para daqui a dez meses.
De acordo com o secretário de Planejamento e Gestão, Roberto Ramalho, a mudança mais significativa planejada para a avenida é o asfaltamento entre as avenidas 25 de Julho e Dom Joaquim, sentido bairro – Centro. A via também receberá ajustes na drenagem e sinalização, além da recuperação da ciclovia. As obras, orçadas em R$ 14 milhões, incluem recursos próprios e emendas parlamentares.
As obras
Toda a avenida Fernando Osório será beneficiada com pavimentação asfáltica, drenagem, sinalização e recuperação da ciclovia. A obra será realizada pela Construtora Pelotense e tem prazo de oito meses para ser concluída.
Questionado sobre a manutenção contínua e preservação da via posterior ao término das obras, o secretário afirma que a prefeitura deverá concentrar esforços para manter as melhorias em perfeito estado de conservação. Essa é a segunda obra no local em pouco mais de dez anos. A última reforma foi concluída em janeiro de 2013.
Problema quase histórico
Um dos pontos que mais impressionam no atual cenário da Fernando Osório fica a alguns metros do cruzamento com a avenida Dr. Augusto Simões Lopes, uma das vias de acesso para o Aeroporto Internacional de Pelotas. Logo após a faixa de segurança e o quebra-molas estendido, junto à parada do transporte coletivo municipal, um buraco com cerca de um metro quadrado de área atrapalha o trânsito no local independentemente da hora do dia.
Segundo moradores, os motoristas que passam pelo trecho diariamente já conhecem o defeito, e por isso reduzem a velocidade ou trocam para a pista da esquerda. Porém, alguns condutores desavisados não têm tempo de reação suficiente para desviar da falha e invadem o buraco com a roda inteira do veículo.
População tenta ajudar
A cada vez que alguém bate em um buraco, Aline da Silva, 42 anos, que mora exatamente em frente ao local, ouve o barulho seco e alto das bordas do veículo batendo no asfalto. Conforme a quantidade de vezes que ouve o som, a mulher define que o problema evoluiu a partir das chuvas de maio. Como uma forma de evitar que mais pessoas tivessem seus veículos danificados, ela resolveu pôr um aviso amarrado ao poste mais próximo: “Atenção! Buraco”.
“É horrível, cada vez abre mais. Colocaram umas pedras, mas acho que por causa do fluxo dos ônibus as pedras acabam saindo para o lado. […] Quando passa caminhão, parece que eles chegam a ficar meio pro lado, a dar uma inclinadinha de tão forte que batem. Coloquei um cartaz ali no poste. Um desses dias eu cheguei em casa e escutei lá dos fundos umas pauladas, e tinha que fazer alguma coisa. Mas acho que não adianta”, contou Aline.
Próximo dali, o revendedor de carros, Robson Ribeiro, 33 anos, revela que outra medida para tentar amenizar o problema veio do dono da borracharia ao lado, que tapou o buraco com areia, o que evidentemente não durou muito tempo. Conforme relata Ribeiro, o tamanho da abertura é tão grande, que em certos casos não só fura o pneu dos veículos, como também quebra o aro do veículo.