Darlan admite que chegou a pensar que não conseguiria voltar a jogar. Mas o zagueiro do Pelotas, 624 dias depois, reapareceu em uma partida oficial. Titular na vitória do Lobo sobre o Aimoré, o jovem de 21 anos deixou boa impressão, porém acabou expulso e não atuará neste domingo (28), diante do sub-20 do Internacional, às 15h.
Perguntado sobre o estágio mais delicado da recuperação, ele rememora os meses iniciais. “Depois da primeira cirurgia, em fevereiro, março [de 2024]. Não conseguia colocar uma meia, caminhar sozinho, descer escada. A gente se sente impotente, aquilo foi me minando. Minha mãe foi a pessoa que olhava e sempre me dava forças, falando que ia dar certo”, disse o atleta em entrevista ao Resenha Esportiva da Rádio Pelotense 99,5 FM.
A cirurgia a que o defensor se refere foi realizada por conta da lesão sofrida em janeiro do ano passado durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Depois, problemas musculares o atrapalharam. “Não conseguia às vezes dobrar o joelho de tanta dor”, relembra, ao citar noites sem dormir e o apoio da mãe e do empresário, em especial, para se recuperar.
Darlan carregava o status de promessa e vestiu a braçadeira de capitão em campanhas de títulos na base do Flamengo. Acumulou experiência em treinamentos com o elenco principal sob comando de Dorival Júnior, Vitor Pereira, Jorge Sampaoli e Tite. Após o fim do contrato com o Rubro-Negro, o zagueiro fechou com o Botafogo (SP), onde não conseguiu atuar por lesões musculares, e chegou por empréstimo ao Lobo.
Promessa paga
A volta foi tão marcante que Darlan atravessou, de joelhos, o gramado do estádio Cristo Rei, em São Leopoldo. “Era uma promessa comigo mesmo. Só eu e minha mãe sabíamos. Foram dias muito difíceis. Chorei muito. Existia muita dúvida se eu voltaria e conseguiria performar”, conta Darlan, emocionado.
Com a suspensão no domingo, o defensor só voltará a atuar contra o Esportivo, em confronto da quinta rodada da Copa Professor Ruy Carlos Ostermann, provavelmente dia 12 de outubro. Sobre o cartão vermelho direto que o tirou do jogo diante do Inter, Darlan relata ter comemorado o desarme no lance, acreditando que nem falta cometeu.
“Quando acontece do vermelho chegar, penso: ‘não é possível’. Eu vou no quarto árbitro e digo: ‘você está de frente, pode ajudar’. E o quarto árbitro fica parado, só olhando para a frente e nem fala comigo”, contou o zagueiro. “Fui ganhando confiança a partir dos primeiros toques na bola, vendo a situação do jogo, colocando mais minhas características. Ainda sem tanto tempo de bola, mas a gente pôde acertar mais do que errar”.
Questionado a respeito da adaptação ao Pelotas, Darlan elogia a comissão técnica capitaneada por Alessandro Telles. “É um treinador muito corajoso, porque a gente sabe que tem um risco no momento defensivo, sair tocando, por dentro. Ele dá todas as informações, todo o caminho para que a gente possa sair limpo e chegar com a bola mais limpa para os atacantes”.
Preparação
O elenco do Lobo treina nestas quinta e sexta-feira à tarde, depois na manhã de sábado, quando encerra os ajustes para encarar o Internacional. Wendell e Douglas Zielke são os candidatos a substituir Darlan no time titular. Informações de ingressos não foram divulgadas até a publicação desta matéria.