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Juiz nomeia empresa de Santa Maria para realizar laudo prévio da recuperação judicial do Brasil Recuperação judicial: como funciona o processo pelo qual o Brasil deve passar
Esta semana trará novidades relevantes para o cenário administrativo do Grêmio Esportivo Brasil. A solicitação de recuperação judicial (RJ) está em andamento e a proposta de investidores para manifestar interesse em 90% das ações da possível Sociedade Anônima do Futebol (SAF) chegará a qualquer momento.
Intimada pelo juiz Alexandre Moreno Lahude, a empresa Feversani, Pauli & Santos Administração Judicial, de Santa Maria, tem até sexta-feira para a realização da constatação prévia, trabalho de análise dos documentos apresentados pelo Rubro-Negro no pedido de RJ.
Paralelamente, o grupo de investidores interessados na SAF pode apresentar a proposta, que já está pronta. Na última quinta-feira, uma reunião entre representantes das três partes envolvidas no chamado Consórcio Xavante serviu para alinhar detalhes burocráticos da documentação.
“A operação de venda de um clube de futebol é muitíssimo complexa, muito mais complexa que uma operação de venda de negócio convencional. E isso passa por revisões, principalmente jurídicas, porque cada parte dos componentes dessa proposta tem o seu grupo de pessoas, seus assessores jurídicos, e isso precisa ser aprovado por todas as pessoas”, explica o economista Fernando Ferreira, sócio fundador da Pluri Sports, empresa de consultoria parceira do Brasil no processo de colocação da marca do clube no mercado.
Passos seguintes
Se a constatação prévia for positiva a respeito das condições listadas pela direção xavante, o juiz deve deferir o pedido de RJ. Então, será nomeado pelo magistrado um administrador judicial, profissional remunerado que passa a supervisionar o processo. Uma das primeiras etapas depois disso é a suspensão das dívidas do clube por 180 dias.
Antes, porém, um edital será aberto para habilitação dos credores, já que tudo gira em torno da renegociação dos débitos da instituição, atualmente na casa dos R$ 50 milhões. O valor da causa da RJ, vale lembrar, é de R$ 21,8 milhões. O valor da causa consiste no montante que a recuperanda – no caso, o Brasil – busca recuperar por meio do processo.
Com relação à proposta pela SAF, os investidores a enviarão primeiro à Executiva do clube. Havendo sinal verde, o documento passará por análise do Conselho Deliberativo (CD). Em caso de novo avanço positivo, a proposta vai para Assembleia Geral, com participação dos sócios aptos a votar e deliberar a respeito.
Se tudo correr bem, começará uma gestão compartilhada por um período entre a atual direção e os investidores. Sobre os débitos do Rubro-Negro, Fernando Ferreira não esconde o impacto disso nos contatos entre representantes do clube e os interessados no aporte financeiro. “Durante as negociações, a questão da dívida sempre foi uma questão muito relevante nas nossas conversas”.
