O presidente da câmara, vereador Anderson Garcia (PSD), defendeu o valor pago pelo legislativo à CDL pelo estande da câmara na 30ª Fenadoce. A fala de Garcia veio em resposta às críticas feitas nas redes sociais sobre o investimento de R$ 250 mil nesta edição da feira. O valor é mais do que o dobro pago na edição anterior, de R$ 120 mil.
Segundo Garcia, em razão da enchente a Fenadoce perdeu parte do patrocínio, o que ameaçava sua realização. “Na 30ª edição do nosso maior produto, tentando nos recuperar de um momento climático terrível, como abriríamos mão de fazer uma festa dessa?”, disse. Garcia destacou o número de visitantes e a transação econômica da cidade, como a contratação por docerias e a movimentação em hotéis e restaurantes da cidade.
“Não retrocedo um milímetro do que pensei, que seria a oportunidade de começar a recuperar nossa economia, de fazer com que o dinheiro gire dentro de Pelotas. Tem muito município que foi muito afetado e teve que cancelar suas festas, mas nós não, a gente podia fazer”, sustentou.
Na mesma linha, o vereador Rafael Amaral (PP) defendeu o investimento na Fenadoce. “A feira é da cidade, é de cada pelotense, e tem que ser vendida como forma de desenvolvimento econômico e geração de emprego. A feira tem que ser um atrativo de negócios.”
“Quase que a feira não sai”
O conselheiro gestor da Fenadoce, Daniel Centeno, explica que o auxílio da câmara ajudou a garantir o evento. “Os patrocínios que tínhamos antes do adiamento, várias empresas não conseguiram manter. Atrapalhou bastante, quase que a feira não sai porque não teria patrocinadores”, diz.
A Fenadoce não tem como acontecer só com o ente privado, comentou. “Se o poder público não ajudar, a gente não consegue fazer, porque existe uma dificuldade de conseguir patrocinadores, a Fenadoce é um evento para toda a comunidade”, afirma.
Ele destaca que, tanto o ente público quanto o privado, quando fazem um investimento na Fenadoce, movimentam uma economia que gera em torno de 3,5 mil empregos. “Se não tivermos patrocínio e a feira não acontecer, quanto vai impactar na economia negativamente?”, reforça Centeno.
A organização da feira ainda não divulgou números atualizados do segundo final de semana do evento. Diante dos impactos das enchentes de maio, a expectativa é repetir os números do ano passado, quando 314 mil pessoas passaram pelo centro de eventos e 1,8 milhão de doces foram vendidos.
Fenadoce no foco da região
Embora os gastos do poder público devam estar constantemente sob a lupa da análise do eleitor e da comunidade, é preciso discernimento para compreender a importância da Fenadoce para Pelotas e a região. O importante investimento do poder público, tanto do executivo quanto do legislativo, na Fenadoce, que é o maior evento de toda a região Sul, precisa estar acima das críticas eleitoreiras.
É preciso que os gestores dos poderes, independentemente da vertente ideológica, sejam capazes de compreender o poder da feira para movimentar nossa economia e potencializar o desenvolvimento das nossas cidades. Isso envolve, além dos investimentos que já são feitos, uma visão estratégica do papel que a Fenadoce tem para a economia, cultura, turismo, educação, inovação e geração de emprego.
Líder do governo defende gastos com diárias
O líder do governo na câmara de Pelotas, vereador Marcos Ferreira, o Marcola (UB), defendeu os gastos com diárias. Entre os vereadores, Marcola foi o que mais recebeu diárias, um total de R$ 28,6 mil até agora.
“Todo mundo fala que os vereadores tiram diárias, agora, ninguém fala o que os vereadores trazem de benefício para essa cidade quando vão a Brasília”. Anunciou R$ 500 mil de emendas parlamentares para recuperar a estrutura do CTG Os Farrapos. “Esse é o papel do vereador, que tirou R$ 2 mil em diária, mas trouxe R$ 500 mil”.
“Eu queria que o terceiro setor fosse lá fazer uma reportagem na Santa Terezinha, o que tem de obra do vereador Marcola, porque as obras, em tese, são nossas, são as emendas impositivas”, disse, se referindo à cobertura da imprensa.
Em tempo…
Terceiro setor são entidades sem fins lucrativos, como ONGs e Oscips, e não a imprensa, como se referiu.
CPI continua sem definição
Ainda não há uma data marcada para o próximo depoimento na CPI do Pronto Socorro. Diante da dificuldade de contatar Matheus de Souza Leão, proprietário da empresa que teria recebido pagamentos em duplicata, e Misael da Cunha, ex-diretor do PS responsável pelos pagamentos, o presidente da CPI vai recorrer à Justiça. Nesta terça-feira, Rafael Amaral apresentou um documento solicitando ao poder judiciário que intervenha e permita a condução coercitiva deles para que deponham à investigação.