O mês de dezembro ganha um significado e um brilho especial em Morro Redondo. Há cinco anos, o Doce Natal Colonial vem transformando a cidade em um espaço de encontro, acolhimento e celebração em uma das épocas mais mágicas do ano, reunindo famílias em momentos de valorização da cultura local e reforço do espírito de solidariedade que marca o Natal.
Idealizado em 2020, em um período crítico da pandemia, a iniciativa surgiu a partir de uma preocupação: garantir que nenhuma criança do município ficasse sem um presente de Natal. “Na época, a gente ouvia muito que aquele seria um ano sem presente para muitas crianças. O Doce Natal nasceu para levar um brinquedo e um pouco de esperança às famílias”, relembra Angélica dos Santos, idealizadora do projeto, integrante da comissão organizadora e atual vice-prefeita do município.

(Foto: Divulgação)
Ao longo dos anos, a iniciativa foi crescendo e ganhando novas dimensões. Além da entrega de presentes, o Doce Natal Colonial passou a incluir apresentações culturais, oficinas, atividades esportivas, feira da agricultura familiar, mercado de Natal e grandes espetáculos, envolvendo entidades, associações, comunidades religiosas, voluntários, patrocinadores e o poder público.
Em 2024, o evento chegou à sua maior edição. Foram seis dias de programação, distribuídos ao longo de todos os finais de semana a partir do primeiro domingo do advento. As atividades ocorreram tanto na área urbana quanto no interior, levando o clima natalino para a colônia e reforçando o caráter inclusivo do projeto.
“A ideia sempre foi fazer com que todo mundo se sentisse parte. Desde a criança que vai brincar nos brinquedos infláveis até o empreendedor que participa de uma oficina e depois passa a vender no mercado de Natal. É um trabalho coletivo, feito para unir as pessoas”, destaca Angélica.
Presença constante do bom velhinho
Um dos momentos mais esperados segue sendo a presença constante do Papai Noel, que participa de passeios ciclísticos, carreatas iluminadas e atividades com as crianças. Todos os dias de evento, o bom velhinho distribui presentes e garante que o Natal se mantenha vivo do início ao fim da programação.
Parcerias solidárias
Entre as parcerias que ajudam a manter viva essa magia está o Crochê Solidário de Morro Redondo. O grupo é responsável pela confecção dos brinquedos destinados às crianças de 0 a 3 anos e também pela decoração da praça, com um pinheiro e uma grande caixa de presente feitos inteiramente em crochê.
Formado por mais de 40 mulheres de diferentes idades, o Crochê Solidário produz de forma voluntária, em casa e em encontros semanais. Segundo Camila Neves, que cuida das redes sociais do grupo e também confecciona os quadradinhos, cada peça carrega mais do que fios e linhas. “Ali vai tempo, carinho e o desejo de levar aconchego. Saber que esses presentes chegam às crianças pelas mãos do Papai Noel transforma tudo em magia e cria memórias para a vida toda”, afirma.
Além do impacto para quem recebe, o trabalho também fortalece quem participa. “É união, troca de conhecimento, terapia e solidariedade. Quando vemos a cidade decorada com o pinheiro em crochê e as pessoas encantadas, sentimos que pequenos gestos fazem realmente a diferença”, completa Camila.
Um por todos e todos pelo Natal
Para Angélica, essa soma de esforços é o que sustenta o Doce Natal Colonial. “O evento vai muito além do Papai Noel. Ele envolve fé, cultura, economia local e cuidado com a cidade. A cada ano, Morro Redondo se prepara melhor, cuida dos espaços públicos e oferece um lugar onde as famílias possam viver o clima do Natal sem precisar ir para longe.”
