Conab como amortecedora de crises

Opinião

Pedro Petrucci

Pedro Petrucci

Jornalista

Conab como amortecedora de crises

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Atualizado terça-feira,
23 de Dezembro de 2025 às 10:11

Quando cadeias de alimentos entram em turbulência no Rio Grande do Sul, a Conab tem aparecido como um amortecedor de curto prazo. Ela entra com compra pública, processamento e destinação social para reduzir perdas e dar algum fôlego a produtores e mercados. Em Pelotas, o anúncio de R$ 4 milhões para compra de pêssego e transformação em suco segue essa lógica de retirar parte do volume do circuito comercial no momento crítico e evitar que o prejuízo vire desperdício.

Esse tipo de medida não resolve sozinho o que é estrutural, como a capacidade de recebimento, coordenação entre lavoura e indústria, previsibilidade de preço, proteção contra perdas climáticas. Mas costuma ter um papel de comprar tempo quando a crise já está instalada. Nos últimos meses, o mesmo desenho foi visto em outras pautas aqui da região, como arroz e a resposta social no impasse do seguro-defeso, e aparecerá também na agenda do leite, que vive sob pressão de preço.

A presença do presidente da Conab, Edegar Pretto, adiciona uma segunda camada, afinal, ele não é um dirigente “invisível”. Além do cargo, está colocado como pré-candidato do PT ao governo do RS. Nesse cenário, cada ação da Conab funciona em duas pistas ao mesmo tempo. Na pista institucional, é o governo acionando instrumentos para reduzir danos. Na pista política, o dirigente que conduz essas agendas ganha vitrine como alguém que transita entre setores que nem sempre se entendem — produtor, indústria, prefeituras e entidades — e que entrega uma resposta concreta, ainda que limitada, no momento de maior tensão.

No fundo, esse movimento reforça que crises pedem amortecedores, mas a estabilidade vem de políticas permanentes. O ideal é que o tema da alimentação esteja no centro de uma estratégia contínua, com compras públicas previsíveis, estoques, canais institucionais e regras claras de escoamento, para que o governo não apareça apenas no pico do problema, e sim como parte do funcionamento normal do sistema.

Câmara no Santa Margarida?

A discussão sobre uma nova sede para a Câmara de Vereadores de Pelotas voltou à tona nesta segunda-feira após declaração do reitor da UCPel, José Bachettini, no Debate Regional da Rádio Pelotense. Ele disse que a universidade vê com abertura o interesse do Legislativo em ocupar o prédio do antigo Colégio Santa Margarida, que pertence à instituição, em um tema que vinha sendo tratado desde a determinação do Ministério Público, no segundo semestre, dando prazo de seis meses para mudança ou ajuste do contrato da atual sede da Câmara.

“Fomos procurados pela Câmara, através do presidente Carlos Júnior. Eles inclusive estiveram visitando o local. Vemos esse interesse com bons olhos, pois precisamos dar uma utilidade para o prédio. Dentro das transformações que a UCPel está passando, como a expansão da área da Fernando Osório, outros espaços vão ficar vazios”, afirmou o reitor.

Bachettini também contextualizou que, desde a enchente, o prédio do Santa Margarida passou a abrigar provisoriamente a UBS Fátima. Segundo ele, a previsão é de que as novas instalações da unidade de saúde sejam entregues em breve no próprio bairro Fátima e, com isso, o espaço será liberado. A partir daí, eventuais tratativas com a Câmara podem avançar.

Talento regional

O jornalista e publicitário Iago Fernandes, natural de Arroio Grande, foi anunciado como o novo gerente de Marketing e Publicidade do Sistema Fiergs, assumindo a área responsável por conduzir as estratégias de comunicação e posicionamento institucional do Sistema.

Ao comentar o momento, Iago destacou o ritmo intenso de trabalho e o aprendizado na nova função: “O Sistema Fiergs tem me ensinado tanto. É tudo muito dinâmico”. Ele também citou a mobilização do time em eventos e ações recentes, como o Fórum IEL de Inovação, apontando a experiência como fonte de reflexões e “aprendizados” para a carreira.

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