Correios de Pelotas entram em greve e entregas na maior parte da Zona Sul serão atrasadas

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Correios de Pelotas entram em greve e entregas na maior parte da Zona Sul serão atrasadas

Embora o foco da paralisação seja no setor de cartas, a falta de pessoal também afeta o prazo de encomendas gerais

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Correios de Pelotas entram em greve e entregas na maior parte da Zona Sul serão atrasadas
Clientes aguardavam informações sobre a entrega de suas encomendas em um dos centros de distribuição. (Foto: Victoria Fonseca)

Com a adesão de mais de 80% dos funcionários dos dois Centros de Distribuição em Pelotas à greve nacional dos Correios, a entrega de cartas e encomendas está atrasada por tempo indeterminado. O município é um interposto de distribuição para grande parte das cidades da Zona Sul; portanto, praticamente toda a região será afetada.

A paralisação, que afeta o Rio Grande do Sul e outros oito estados, é motivada pela dificuldade de avanço nas negociações do acordo coletivo trabalhista, cuja data-base está vencida desde julho. Entre as propostas apresentadas pelo Governo Federal está a reposição salarial pela inflação do período, com vigência a partir de janeiro e pagamento retroativo previsto para abril.

Conforme o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (Sintect-RS), Emerson Saes, a oferta não contempla as reivindicações da categoria por uma valorização efetiva da remuneração e de benefícios, como o vale-alimentação.

“O que a gente estava pedindo é que a empresa venha com uma proposta que nos contemple. Não vamos ser tolos de achar que, numa época de crise, vamos ter o mesmo aumento que numa época em que o caixa está bom, mas que os Correios possam ter um plano realmente de valorização dos trabalhadores, não como eles estão aí ofertando”, declara.

Atraso em entregas e transtornos

Embora a paralisação se concentre no setor de distribuição de cartas, em razão da falta de funcionários nas agências em todo o país — o que motiva a reivindicação por novos concursos para reposição de pessoal —, a ampla adesão nos Correios de Pelotas também compromete as entregas em geral.

Na manhã desta sexta-feira (19), várias pessoas chegavam ao portão de saída dos veículos de entrega do Centro de Distribuição, localizado na Praça 20 de Setembro, em busca de informações sobre a entrega de encomendas.

Diante das reclamações, um funcionário explicou que, como somente seis dos 81 funcionários estavam trabalhando, o processo de separação das encomendas e de entrega estava quase todo comprometido.

“Tem 200 contêineres de entrega, não tenho como separar dez mil encomendas”, argumentou o funcionário. Ele explicou ainda que várias regiões da cidade, como, por exemplo, o Areal, estão sem entregas. Uma das clientes que aguardava uma resposta sobre o seu pedido, Pamela Mesquista, relatou que a entrega deveria ter ocorrido há dois dias. Sem a mercadoria, as vendas de sua loja seriam impactadas.

“Saiu para entrega e depois apareceu: entrega cancelada. A encomenda está presa. Eu vim buscar o pacote, mas não tem ninguém para entregar. A minha encomenda é mercadoria para venda que já está comprada [pelos clientes], e agora eu vou perder dinheiro”, relata.

Conforme o diretor do sindicato, uma assembleia nacional com a categoria foi marcada para o dia 23, mas não há previsão para o fim do estado de greve.

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