Dar nova vida ao centenário Theatro Guarany é um sopro de revitalização também ao Centro Histórico de Pelotas. Hoje, convenhamos, o espaço está longe do seu melhor momento e colocá-lo de novo nos eixos, com a reforma prometida na proposta, é também ingressar em um movimento que já vem ocorrendo em diversos outros eixos do entorno da praça Coronel Pedro Osório. A Bibliotheca, Grande Hotel, Sete de Abril e Prédio das Finanças passam por reformas. A prefeitura recebeu uma nova pintura. O Rex Hotel tem promessa de melhorias, assim como o Mercado Público. O Guarany não pode ficar para trás, bem como alguns dos casarões.
Em outra frente, é importante refletir que hoje são raríssimos os teatros deste porte que são de administração familiar. Repassar para uma entidade tão conceituada como a Fecomércio é a garantia de que ele terá a destinação correta, o trato certo e o uso para fins públicos, com a comunidade usufruindo de um dos principais cartões postais do município. E, o melhor, a certeza de que a cultura seguirá tendo ali uma casa.
Pelotas é uma cidade que precisa compreender a linha tênue entre ser velha e ser antiga. Olhar para a frente preservando o patrimônio é fundamental e isso se faz com investimento pesado e estratégia. Sejamos sinceros: hoje o Guarany é um espaço que necessita um olhar muito atencioso. Em apresentações mais silenciosas, é possível ouvir o som dos morcegos ecoando. A infraestrutura tem visíveis problemas, é só olhar para o teto, por exemplo. Temos orgulho, como comunidade, da sua existência até aqui e de tudo o que representa, mas é preciso ir além, estar no século 21 e pronto para receber, as mais modernas apresentações e eventos.
Avançar em modernização do nosso patrimônio sem perder a essência é o caminho para Pelotas manter essa conexão entre seu passado glorioso e um presente e futuro de desenvolvimento. Precisamos compreender essa diferença e celebrar o avanço em ressignificar mais um prédio histórico, mantendo sua função e característica, é mais um exemplo para tal.