“Ver a alegria de uma criança abrindo um presente, saber que é talvez o único que ela terá no ano… isso toca demais”

Abre aspas

“Ver a alegria de uma criança abrindo um presente, saber que é talvez o único que ela terá no ano… isso toca demais”

Faris Cruz, organizador do Natal Solidário de Jaguarão há 15 anos

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“Ver a alegria de uma criança abrindo um presente, saber que é talvez o único que ela terá no ano… isso toca demais”
(Foto: Divulgação)

Há 15 anos, o Natal Solidário de Jaguarão transforma dezembro em um mês de esperança para milhares de famílias. Criado por Fares Cruz, servidor da saúde e voluntário dedicado, o projeto nasceu do desejo simples de ajudar quem mais precisa. E cresceu ao ponto de mobilizar atletas profissionais, comunidades inteiras e apoiadores de várias cidades da região. Nesta edição especial de aniversário, a meta é ousada: distribuir 5 mil brinquedos e levar adiante uma tradição que combina alegria, cuidado e dignidade. Em entrevista à Rádio Pelotense, Fares relembrou o início da iniciativa, falou sobre as metas para 2025 e contou histórias emocionantes que marcaram sua trajetória à frente da ação solidária.

Como surgiu o Natal Solidário de Jaguarão e o que te motivou a começar essa ação?
Sempre gostei de ajudar as pessoas, desde pequeno. Em 2010, resolvi unir esse desejo com minha paixão pelo futebol. Pedi apoio ao jogador Daniel Carvalho, que tem família em Jaguarão, e ele trouxe alguns amigos atletas. Realizamos nosso primeiro futsal solidário e arrecadamos mais de mil quilos de alimentos. A partir daí, a cada ano novas pessoas se somaram e o projeto cresceu muito.

Diversos jogadores já participaram da iniciativa. Como essa parceria contribuiu para o projeto?
Foi muito importante. Ao longo desses anos, passaram por aqui nomes como Douglas Costa, Edmilson, Sandro Sotille, Jardel, Adriano Gabiru, entre outros. Esses jogos solidários davam visibilidade à causa e nos ajudavam a arrecadar alimentos ou brinquedos. Eles sempre vieram com muito carinho e ajudaram a fortalecer o Natal Solidário.

Como vocês definem as famílias beneficiadas e organizam as entregas?
Quando trabalhávamos com cestas básicas, fazíamos um levantamento criterioso. Eu procurava líderes comunitários, visitava algumas residências e verificava as situações sem dizer o motivo. Muitas famílias em maior vulnerabilidade não sabem como buscar atendimentos formais, então a gente tentava chegar exatamente onde havia mais necessidade. Hoje, com foco maior nas crianças e nos brinquedos, seguimos mantendo esse cuidado, sempre com respeito e dignidade.

A meta deste ano é a maior da história do projeto. Como está sendo essa mobilização?
Como estamos comemorando 15 anos, definimos o objetivo de entregar 5 mil brinquedos. No ano passado foram 3,2 mil, então é um salto grande. Contamos com doações, parceiros e uma equipe de 10 a 15 voluntários que preparam tudo: embalam presentes, separam balas, organizam caixas. Eu cuido mais da captação de recursos e minha esposa coordena toda a parte operacional, sempre com muito carinho e atenção aos detalhes. As doações podem ser balas, pirulitos e brinquedos podem ser entregues diretamente aos organizadores, pelo contato (53) 98411-8171. As doações em dinheiro podem ser feitas por PIX, de qualquer valor, na chave CPF 010.673.630-25, em nome de Faris Cruz, até o dia 15 de dezembro, para dar tempo de fazer as compras antes do evento.

Depois de tantos anos, qual foi o momento mais marcante para você?
São muitos. Cada entrega emociona. Às vezes a gente passa dias longe dos filhos para organizar tudo, mas ver a alegria de uma criança abrindo um presente, saber que é talvez o único que ela terá no ano… isso toca demais. Eu sempre penso nos pais que não conseguem oferecer o que gostariam, e isso me move. É cansativo, mas é muito gratificante. Esses momentos ficam para sempre.

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