Trauma coletivo e ações necessárias

Editorial

Trauma coletivo e ações necessárias

Trauma coletivo e ações necessárias
(Foto: Jô Folha)

É fato que 2023 e 2024 deixaram um trauma terrível em toda a comunidade gaúcha. Diante da série de eventos climáticos extremos que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos anos, a cada nova previsão fora da curva, o medo se instaura. Por isso, há uma necessidade de responsabilidade ainda maior para comunicar esses cenários. Também por isso, a cada demora do poder público – nacional, estadual e municipal – para criar ações de resiliência e proteção, a situação se torna ainda mais assustadora.

Infelizmente, se este ciclone tivesse trazido um cenário similar ao de 2024, absolutamente tudo seria igual. Não fizemos nada, até aqui, para que houvesse algo realmente diferente. Muitos anúncios já foram feitos em termos de drenagem, preservação e resiliência. Mas efetivamente, nada, na prática, mudou. Já se passaram 19 meses daquele maio e a questão climática virou o grande tema em todo e qualquer discurso político, mas entre burocracia e inércia, a população segue esperando.

As mudanças climáticas são uma realidade e estamos vivendo praticamente uma vez por semestre um cenário desafiador. Infelizmente, estamos já experientes em lidar com crises. Por um lado, temos órgãos extremamente competentes e com um alinhamento exemplar para dar resposta e aplicar ciência para lidar com os dados. Por outro, a repetição constante disso deixa clara a necessidade de ações mais firmes e eficazes para reverter o cenário e criar uma consciência ambiental voltada a estabilizar essas mudanças e, posteriormente, reverter.

Isso se faz com educação, política pública e ações efetivas. A reconstrução de uma Zona Sul resiliente passa por termos soluções práticas, efetivas e realmente funcionais para lidar com essas situações. Não se cria política climática com decreto, com promessa e com discurso. Todos os níveis de governo têm por obrigação apresentar modelos a serem seguidos e implementados. A cada vez que isso fica apenas no plano das ideias, e não das ações, estamos mais próximos da próxima tragédia, da próxima destruição, das famílias perdendo tudo e de vidas sendo ceifadas.

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