Smec Pelotas abre exposição de telas de Benette Casaretto Motta

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Smec Pelotas abre exposição de telas de Benette Casaretto Motta

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Há 50 anos

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura, de Pelotas, encerrou o ano de 1975 com uma exposição da artista pelotense Benette Casaretto Motta. A mostra composta por 40 telas foi montada na Bibliotheca Pública Pelotense. Se estivesse viva, a artista completaria um século de nascimento em 2025.

Mostra no Caixeiral, em 1955, foi a estreia

As pinturas eram obras recentes da artista. Entre elas estavam as telas intituladas: Vendedor de flores, Procissão, Mercado de Rio Grande, Cena do Campo, Anjos, Cristo e Madalena e Marítimo em azul. A coordenação foi da professora Noely Varotto, diretora do Departamento de Ensino da Semec, na época.

Sobrinha do arquiteto e construtor Caetano Casaretto, a pintora pelotense nasceu em 1925 e formou-se na Escola de Belas Artes de Pelotas, onde foi aluna de Aldo Locatelli. Estudou com Ângelo Guido, Leopoldo Gotuzzo e outros mestres brasileiros e argentinos. Sua primeira individual foi no Clube Caixeiral de Pelotas, em 1956, segundo o Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul (Renato Rosa e Décio Presser, UFRGS, 2000).

Arte na Cascata

Benette, filha de Elisabeth Bianchi Casaretto e Paulino Valle Casaretto, nasceu na Cascata, no 5º Distrito de Pelotas, em 1925. De acordo com artigo da mestranda Letícia Quintana Lopes, do Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural/ Universidade Federal de Pelotas, sob orientação da professora Daniele Baltz da Fonseca, a artista iniciou os estudos de desenho ornamental e geométrico com Noemia Aguiar Dias, quando ainda era criança.

Foi aluna da primeira turma da Escola de Belas Artes de Pelotas (EBA), em 1949. Período no qual se consolidou como artista. Na época participou de exposições conjuntas com outros alunos e, na sequência, apostou nas mostras individuais.

Sua primeira exposição pública teria ocorrido em 1955, no Clube Caixeiral. “A pintura esteve presente em toda a vida da artista, que pintou uma infinidade de quadros, com exposições lotadas e vendas sempre frequentes, o que resultou na presença de suas obras em diversas residências da região Sul do Estado, conforme aponta Lopes et al (2023): Benette foi uma artista que trabalhou muito, suas produções estão espalhadas pelo Brasil e exterior e sua trajetória durante muitos anos foi de sucesso e reconhecimento, seja pela crítica da época, o que se constatou ao analisar os jornais do período, como pelas pessoas que compravam seus trabalhos…] (Lopes et al, 2023)”, registra a pesquisadora.

Reconhecimento e esquecimento

Benette Motta conquistou reconhecimento e teve seu trabalho destacado em jornais e revistas e em 1982 recebeu o mérito Zona Sul, por sua contribuição na arte rio-grandense. “Porém, apesar do sucesso em seu tempo, sua trajetória e importância vem sendo esquecida, fator comum dentre as mulheres artista”, descreve Letícia Quintana Lopes, no artigo Jardim de artista: O potencial da antiga residência de Benette Casaretto Motta (2024).

Fontes: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; blogs Pelotas Capital Cultural e Confraria dos Poetas de Jaguarão; artigo O potencial da antiga residência de Benette Casaretto Motta (2024); Letícia Quintana Lopes

 

Há 102 anos

Políticos da Aliança Libertadora começam a se dirigir para a Granja de Pedras Altas

Em dezembro de 1923 as atenções dos gaúchos voltaram para Pedras Altas. Se preparavam para seguir para o município, nomes importantes da política de Pelotas e Zona Sul, como Edmundo Berchon, chefe civil da Revolução de 1923 na região, Urbano Garcia, Francisco Simões e Leopoldo de Souza Soares, com o objetivo de se reunirem com Joaquim Francisco de Assis Brasil, chefe civil da Revolução Libertadora.

Tomaram o trem para a Granja de Pedras Altas, propriedade de Assis Brasil, no dia 12, incluindo Alvaro Eston, diretor proprietário do jornal A Opinião Pública, órgão oficial do Partido Libertador em Pelotas. Toda essa movimentação resultou na pacificação do Rio Grande do Sul, após a Revolução de 1923, um conflito político-militar.

O conflito armado durou 11 meses e dividiu o Estado entre os partidários do presidente do estado, o republicano Antônio Augusto Borges de Medeiros, chamados de “borgistas ou chimangos” e os aliados do líder federalista Joaquim Francisco de Assis Brasil, intitulados “assisistas ou maragatos”.

Pacto de Pedras Altas

O Pacto de Pedras Altas foi assinado em 14 de dezembro de 1923, no castelo de Assis Brasil, em Pedras Altas, no Rio Grande do Sul, pondo fim à Revolução de 1923, um conflito armado que durou meses entre os partidários de Borges de Medeiros e os legalistas liderados por Assis Brasil.

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