O furto de hidrômetros segue causando prejuízo ao Serviço Autônomo de Saneamento Básico de Pelotas (Sanep) e transtornos aos moradores. Somente este ano, a autarquia já contabiliza 723 hidrômetros levados, o que representa um impacto financeiro de R$ 137,3 mil, considerando o custo unitário estimado em R$ 190,00 sem incluir a mão de obra. Apesar de os números serem menores do que em 2024, quando foram registrados 947 furtos, as ocorrências ainda preocupam autoridades e a comunidade.
Entre os casos mais recentes está o de uma moradora da rua Gonçalves Chaves, que percebeu o furto ao amanhecer e procurou a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) para registrar a ocorrência e encaminhar o caso ao Sanep. Na rua Andrade Neves, entre Antônio dos Anjos e Padre Felício, um morador só descobriu o crime ao perceber a falta de água. Ele soube, depois, que outro hidrômetro havia sido levado na mesma quadra, próxima à avenida Bento Gonçalves.
Segundo o diretor do Sanep, Ellemar Wojahn, os hidrômetros atualmente instalados são produzidos em plástico com liga metálica, materiais que substituem os antigos modelos que tinham componentes de cobre, mais visados pelos criminosos. A autarquia informa que não há levantamento preciso sobre o percentual de hidrômetros de cada tipo em Pelotas, mas estima que a maior parte já utiliza o modelo mais novo, menos atraente para o mercado ilícito.
Para moradores que ainda possuem unidades antigas, a orientação é instalar uma grade de proteção. Entretanto, o uso de cadeados é proibido, pois impede o acesso das equipes do Sanep. “A alternativa permitida é o parafuso com porca travante, que aumenta a segurança sem inviabilizar o manuseio do medidor”, explica Wojahn. Porém, para os criminosos, esses obstáculos são facilmente vencidos, como no caso da residência da Andrade Neves que a grade foi danificada.
Foi furtado. E agora?
A autarquia reforça que, ao identificar o furto, o morador deve registrar boletim de ocorrência e entrar em contato pelos canais de atendimento para solicitar a reposição. Em geral, o crime provoca vazamento e desabastecimento, mas a normalização ocorre em até 8 horas, prazo médio para atendimento das equipes da Divisão de Hidrômetros.
Polícia mira receptadores

Nem grades têm impendido os furtos (Foto: Divulgação)
O titular da 1ª Delegacia de Polícia, delegado Félix Rafanhim, explica que os furtos de hidrômetros, assim como outros crimes patrimoniais, estão frequentemente associados ao consumo de drogas. Como nem sempre há flagrante, o foco das ações policiais se volta aos receptadores.
“É fundamental que as pessoas registrem ocorrência e encaminhem imagens sempre que tiverem câmeras que mostram a ação. Isso ajuda bastante”, destaca Rafanhim. Ele lembra que os furtos atingem as três áreas distritais da cidade e podem ser enquadrados como furto simples ou furto qualificado, quando há rompimento de obstáculo, como quebra de proteção ou escalada.
As ocorrências podem ser registradas pela Delegacia Online da Polícia Civil. Denúncias anônimas também podem ser enviadas ao Setor de Investigações (SI) da 1ª DP, pelo WhatsApp (53) 98427-6986.
Canais de atendimento do Sanep
- Telefone: 0800-0150115
- Solicitações Online no site do Sanep
