Estreante no Festival Sesc, Suíte Raízes evoca a matriz afro da MPB

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Estreante no Festival Sesc, Suíte Raízes evoca a matriz afro da MPB

Composição do violonista Mathias 7 Cordas será apresentada pela Orquestra de Choro

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Atualizado quarta-feira,
10 de Dezembro de 2025 às 15:10

Estreante no Festival Sesc, Suíte Raízes evoca a matriz afro da MPB
Músico lançará terceira obra inédita em Pelotas (Foto: André Freitas)

A Suíte Raízes, nova obra do compositor e violonista Mathias Behrends Pinto, também conhecido como Mathias 7 Cordas, terá estreia no dia 26 de janeiro, durante a programação do 14º Festival Internacional Sesc de Música, que ocorre de 19 a 30 de janeiro, em Pelotas. A execução ficará a cargo da Orquestra de Choro do Festival, às 20h30min, no Theatro Guarany.

Com arranjos do instrumentista Lucian Krolow, a suíte é composta por sete movimentos e parte das matrizes rítmicas de origem africana que estruturam a música brasileira. Na obra o compositor apresenta os movimentos, intitulados: Capoeira, Ijexá, Baião e Frevo, basilares da MPB. Mathias 7 Cordas, ainda lança um olhar para o presente e futuro, com os movimentos Funk, Samba em 3 e Maxixe em 5.

Segundo o compositor, a percussão é o elemento central da obra. “É uma música grande com movimentos, ela é caracterizada, na montagem da orquestra tem um círculo central, em meio a orquestra, com os percussionistas, eles dão o início aos movimentos, sempre parte das batucadas. Todas as introduções são percussivas, depois ela entrega para a orquestra iniciar os movimentos”, explica o músico.

Referência

Mathias Pinto destaca que a peça dialoga com maestros que exploraram as raízes afro-brasileiras, como Pixinguinha, Moacir Santos, Severino Araújo, e, especialmente, Radamés Gnattali, cuja Suíte Retratos serve como referência. Gnattali também será um dos compositores destacados no Festival Sesc de Música.

A formação que fará a estreia da Suíte Raízes reúne sopros, cordas e percussão, composta por alunos do Núcleo de Choro do Festival, coordenado pelo próprio compositor. “No formato orquestral a grande referência é a Suíte Retratos, de Radamés Gnatalli, cada uma com seu estilo, por ser uma peça feita basicamente para regional de Choro e orquestra, que é uma coisa muito rara, e é a referência é a Suíte Retratos. É uma peça feita sob medida para essa orquestra, uma formação que só o Festival possibilita”, comenta o compositor.

Esta é a terceira suíte que o compositor lança no evento — as anteriores foram Azul e Pelotas. O músico ressalta que seu trabalho parte de uma reflexão sobre a contribuição africana para a identidade sonora do país. O compositor destaca a presença africana, como fator preponderante da música brasileira.

“É o viés que eu coloco nessas composições, tanto na Suíte Pelotas quanto na Suíte Azul. Pelotas é uma das cidades mais representativas nesta questão africana, do negro no Brasil, é uma cidade que tem uma história bastante rica nesse sentido. A Suíte Raízes é uma reflexão sobre isso também, é uma visão minha de acreditar que o fator a presença africana e toda a cultura afro-religiosa, foi o que deu a característica mais importantes da nossa música”, comenta o Mathias 7 Cordas .

Trajetória

Com trajetória consolidada na cena instrumental brasileira, Mathias 7 Cordas é compositor, educador e produtor. Participou de festivais internacionais em Nova York e Toronto, deu aula de composição de choro em Oxford e venceu prêmios como o Açorianos de Melhor Produtor (2020) e o de Melhor Música Instrumental da Moenda da Canção (2025). Coordena a Oficina de Choro de Porto Alegre desde 2014, o projeto MPB nas Escolas, do Instituto Ling, e é produtor do Festival de Choro da Serra Gaúcha (2022–2025).

Na discografia, destacam-se os álbuns Falso Folião e Torre de Respiração. Também atuou em trilhas e direções musicais, entre elas para o longa Plauto, um sopro musical e para os musicais Lupi e Estação Brasil.

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