A pelotense Joana Zambrano dos Santos, de 13 anos, conquistou em 2025 o seu segundo Freio de Ouro na categoria Juvenil Feminino, conquista que a consolida como um dos principais nomes da nova geração do cavalo crioulo. Ginete desde os três anos, ela cresceu no ambiente das cabanhas, transformou a rotina com os animais em dedicação diária e já planeja o futuro profissional ao lado deles.
Como começou a tua relação com o cavalo crioulo?
Meus avós criam cavalo até hoje. Eu sempre cresci no meio de cavalos, minha mãe e meu pai me criaram assim. Sempre gostei. Aos três anos eu comecei a andar cavalo sozinha. Aos cinco anos, comecei a participar das provas da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) pelo Endurinho e, com sete anos, classifiquei para o Freio Jovem.
No início, o que foi mais difícil para ti?
No Freio Jovem, no início – vai fazer cinco anos que eu corro, comecei em 2020 – eu sempre achei bem difícil. É uma prova muito técnica, precisa de muitos detalhes. É o jogo de quem erra menos. Exige bastante de ti e do teu cavalo, mas é muito legal e vale muito a pena participar.
E como é o teu preparo? É hobby ou já se tornou quase um trabalho?
É muito treino, muita dedicação. Se tu não te dedicar, não chega a lugar nenhum. Treinei muitas tardes com o meu treinador, Zeca Macedo. Foram muitos dias de treino. O treino melhora tudo: a técnica, o jeito de andar. Sempre melhorando, 1% a mais a cada dia. Todos os dias que eu consigo, eu treino. Se não der todos, pelo menos três vezes por semana.
E com as outras competidoras, existe convivência? Vocês se conhecem?
Sim. O Freio Jovem é uma diversão. Mesmo competindo, meus amigos estão sempre ali. Tenho muitas amigas do freio. A gente se diverte horrores, brinca, faz festa. As amizades que o cavalo nos dá são ótimas.
A categoria Juvenil vai até que idade?
Se eu não me engano, vai até os 15. O Freio Jovem vai até os 16. Depois disso, tu pode correr o Freio do Proprietário ou o Freio de Ouro. Mas, se tu classificar para o Freio de Ouro, não pode mais correr o Freio Jovem.
Quais os detalhes desta foto comemorando com o cavalo?
Ela foi feita em Esteio, no galope da vitória. Quando acaba a prova, os quatro primeiros colocados fazem uma volta na pista com a música do Ayrton Senna.
Como tu enxerga o papel das mulheres na tradição do cavalo crioulo, especialmente sendo tão jovem?
Eu acho que o esporte tem que ser para todo mundo, todas as idades. Todo mundo merece viver um pouco do cavalo. É um mundo muito bom. Tu encontra amigos, amigas, relações que são muito importantes.
E tu já pensas no futuro? O que queres seguir de carreira?
Eu quero cuidar dos cavalos, ser veterinária. Quero ser veterinária da Cabanha Las Xucritas, a minha cabanha. Quero trabalhar muito com esses animais, que são incríveis. Amo animais e quero seguir minha vida ao lado deles. Para 2026, se Deus quiser, vou conseguir melhorar ainda mais, em todos os esportes equestres que eu conseguir praticar.
