Lideranças temem desassistência após fim da concessão da Ecovias Sul

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Lideranças temem desassistência após fim da concessão da Ecovias Sul

Segurança dos motoristas, manutenção de estradas e atendimentos na pista estão entre as principais preocupações

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Atualizado terça-feira,
09 de Dezembro de 2025 às 09:07

Lideranças temem desassistência após fim da concessão da Ecovias Sul
Contrato com a concessionária termina em 3 de março (Foto: Jô Folha)

O encerramento do contrato de administração do Polo Rodoviário de Pelotas com a Ecovias Sul está próximo. A menos de três meses do fim da concessão, uma pesquisa do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) realizada para o jornal A Hora do Sul revelou que 85% dos usuários das rodovias são favoráveis a um contrato temporário. Entre lideranças regionais, há preocupação, mas sem consenso sobre o caminho a seguir.

O contrato termina em 3 de março de 2026. O edital para a nova concessão deve ser lançado em maio e o leilão está previsto para agosto. Com isso, a responsabilidade pelos 450 quilômetros do polo ficará com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

O presidente da Aliança Pelotas, Jorge Almeida, relembra que, há cerca de dois anos, a então Ecosul procurou entidades locais para discutir uma prorrogação temporária. Na época, empresários e políticos foram contrários, principalmente pelos altos valores das tarifas. Segundo ele, o valor ideal, baseado em outros estados, seria entre R$ 8 e R$ 10.

Consequências

A proximidade do fim da concessão acendeu alerta sobre segurança e manutenção das rodovias. Atualmente, serviços como guincho, ambulância, monitoramento por câmeras, atendimento a animais na pista, manutenção de vias e socorro mecânico são prestados pela Ecovias Sul. “Isso passará a ser gerenciado por um órgão que tem dificuldades de recursos. Não vamos pagar pedágio, mas o que vai se gastar na manutenção de veículos, na perda de carga e em acidentes será pior do que está acontecendo hoje”, afirma Almeida.
Ele também alerta para a perda de arrecadação em municípios menores. “Alguns serviços podem deixar de ser prestados pelas prefeituras. É preocupante, mas deveríamos ter medido isso antes”, destaca.

Contrato temporário

A Ecovias Sul demonstrou interesse em contrato temporário com tarifas reduzidas, posição defendida por prefeitos da região. O presidente da Câmara do Comércio do Rio Grande, Rafael Ferreira, afirma que não há consenso, mas ressalta o risco da desassistência. “Há uma preocupação, especialmente do setor produtivo. São trabalhadores que usam a estrada rotineiramente e ficar desassistido – seja por um pneu furado ou um acidente – pode ter na vida pessoal um efeito colateral muito maior do que um valor econômico”, ressalta.

Questionado sobre nova mobilização, Almeida aponta falta de tempo. “Houve uma mobilização por parte dos prefeitos, e isso deveria ter surtido efeito. Agora, não sei qual fato novo poderia sugerir esse tipo de atitude”, conclui.

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