Com 36,5 hectares destinados ao cultivo da uva, a safra da fruta em Pelotas deve registrar crescimento de 23% em 2026. A expectativa, de acordo com o escritório da Emater no município, é de colher 985 toneladas. Além do aumento de área plantada, o amadurecimento dos parreirais, que chegaram à idade adulta de produção, é responsável pelas expectativas positivas.
São 22 hectares destinados à uva de indústria, usada para produção de vinho e suco, com destaque para a cultivar Bordeaux. Já para uva de mesa, são 14,5 hectares, com predomínio da Niágara Rosa e, em menor quantidade, da Niágara Branca. Conforme o chefe do escritório da Emater em Pelotas, Rodrigo Prestes, existem no município dois produtores com produção destinada a uvas viníferas voltadas à elaboração de vinhos finos, como tannat, cabernet e chardonnay.
Assim como para morango e pêssego, o clima também ajudou no cultivo da uva, avalia Prestes. “Destaco o inverno, que ocorreu dentro da normalidade, com presença de frio na quantidade correta, o que também é um indicativo benéfico para a uva. Além disso, não tivemos muitas variações de temperatura”, avalia.
Outra característica benéfica do clima da região é a alternância de
temperaturas, com dias quentes e noites frias. O clima mais seco também vem contribuindo para a redução na incidência de doenças. “Notamos que o produtor está com uma uva de qualidade. Quanto menor for a possibilidade de doenças, menor também é a necessidade de tratamentos fitossanitários”, explica.
Nos últimos anos, o cultivo da uva vem se tornando mais uma alternativa, somado ao pêssego e ao morango, pontua Prestes. “Notamos que o produtor que cultiva uva também produz outras frutas. A uva é uma alternativa interessante de diversificação de renda. O pêssego, na maior parte das cultivares, encerra a produção no Natal, e a colheita da uva vai iniciar a partir do dia 10 de janeiro, permitindo aproveitar a mão de obra”, diz.
Melhor safra dos últimos anos
Na avaliação do produtor Luciano Perboni, da colônia Santa Eulália, 5º distrito, Cascata — local que sediará a 16ª Abertura Oficial da Colheita da Uva — a safra de 2026 deverá ser a melhor dos últimos anos. Com videiras ainda novas, de cerca de cinco anos, o clima vem sendo aliado, apesar da necessidade de aumentar a quantidade de chuva.
Com um hectare plantado, a expectativa do produtor é colher de 25 a 30 toneladas. “Nas plantações de uva temos esse diferencial de produzir em pequenas áreas, trazendo o sustento da família, onde basicamente a mão de obra é toda familiar.”
Com 80% das cultivares da variedade Niágara Rosa, a produção de Perboni é destinada ao comércio local. “A expectativa do preço da uva é que se mantenha pelo menos nos mesmos moldes do ano passado, porém, como devemos ter uma supersafra, a tendência é baixar um pouco o valor. Mas quem tem produto de qualidade sempre consegue ganhar um pouco a mais”, diz.
16ª Abertura Oficial da Colheita da Uva
No dia 25 de janeiro de 2026, a colônia de Pelotas sediará a 16ª Abertura Oficial da Colheita da Uva, na propriedade do produtor Perboni, a partir das 10h. O evento é organizado pela Prefeitura/Secretaria de Desenvolvimento Rural, Emater, Embrapa, Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Pelotas, Universidade Federal e produtores.
Nos próximos dias, de acordo com o setor de Apoio à Agricultura Familiar da SDR, continuarão os acertos para definição da programação do evento. O ato simbólico de abertura da colheita é uma marca que consolida Pelotas como potencialmente produtiva para a fruta, dentro dos princípios de diversificação de culturas.
