Quatro meses transformadores levam Brasil ao título da Copinha

Oito episódios da conquista

Quatro meses transformadores levam Brasil ao título da Copinha

Da decisão de jogar a competição até a festa da taça, clube viveu série de episódios marcantes

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Quatro meses transformadores levam Brasil ao título da Copinha
Bento Freitas esteve lotado no domingo para o triunfo sobre o Aimoré (Foto: Jô Folha)

Era 1º de agosto quando o congresso técnico da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) oficializou os participantes e o modelo de disputa da Copa Professor Ruy Carlos Ostermann. Nas semanas anteriores, o cenário do Brasil, que se despediu da Série D em 27 de julho, era recheado de incertezas.

De lá para cá, o clube viveu um dos períodos mais transformadores de sua história e fechou 2025 em alta. Quatro meses depois da definição da presença na tradicional Copinha, o Xavante celebra a conquista estadual. Em matéria especial, o A Hora do Sul recorda os oito principais episódios da trajetória que culminou nos 2 a 0 sobre o Aimoré.

1 | A decisão de jogar

“O Brasil é um clube de futebol. Não pode ficar muito tempo sem jogar. Se parar agora e voltar só lá para abril, maio, um clube sem atividade teria grandes complicações”. Com essas aspas, o presidente Vilmar Xavier confirmou no primeiro dia de agosto que o Rubro-Negro disputaria a Copa Professor Ruy Carlos Ostermann.

Já com a SAF no horizonte e a perspectiva de lutar por vaga na Série D, perdida após o rebaixamento no Gauchão e a eliminação na quarta divisão nacional, a direção decidiu ir em frente. Hélio Vieira retornou como gerente de futebol. O técnico Emerson Cris ficou, assim como vários atletas.

2 | A vaga na Série D

A revolução no calendário proposta pela CBF para 2026 afetou positivamente o Xavante. Em 1º de outubro, quando já havia disputado duas partidas da Copinha (empates com Gaúcho e sub-20 do Juventude), os rubro-negros “ganharam” uma das vagas adicionais na Série D. O motivo é a posição do clube no Ranking da CBF.

No mesmo dia, chegou a proposta vinculante do Consórcio Xavante pela compra de 90% das ações da SAF. “A notícia [vaga na D] é muito positiva e também vai exigir que os trabalhos sejam antecipados, a gente vai ter que discutir com o clube, o Conselho e os investidores”, disse o economista Fernando Ferreira, da Pluri Sports, parceira do Brasil.

3 | Troca de técnico

Dias após o alívio trazido pela confirmação do calendário nacional, o time conseguiu sua primeira vitória na Copinha. Fez 9 a 0 no São Gabriel, o saco de pancadas. Foi a maior goleada do Rubro-Negro em uma competição oficial desde 1916. Uma semana mais tarde, porém, após jogo-treino que acabou em 5 a 0 a favor do Grêmio, na Arena, o presidente Vilmar Xavier decidiu mudar uma rota.

Cris foi demitido e Gilson Maciel contratado. A aposta no ex-centroavante, identificado com o clube por conta do desempenho nos anos 90, provaria-se certeira. A estreia mal teve interferência do novo comandante: 2 a 1 em cima do Aimoré, em São Leopoldo, dia 15 de outubro.

4 | Aprovação da SAF

No dia 14 de outubro, mesma data da apresentação de Gilson, os sócios com direito a voto aprovaram, em Assembleia Geral, a proposta do Consórcio Xavante pela SAF. A festa na Baixada significava não apenas a satisfação pelo investimento mínimo de R$ 142 milhões nos próximos dez anos, além da garantia de injeção financeira no futebol depois desse período – representava uma perspectiva de futuro inexistente no cenário anterior.

O Brasil se tornou o primeiro clube gaúcho a virar SAF. Dos 194 associados presentes, apenas um votou contra.

5 | Gol mil no Bra-Pel

Em 2 de novembro, depois da vitória por 2 a 0 em cima do sub-20 do Internacional, o clássico Bra-Pel terminou empatado em 1 a 1. Murilo, que viria a ser o artilheiro rubro-negro no campeonato, abriu o placar e anotou o gol mil da história da rivalidade. O resultado, entretanto, manteve o Pelotas à frente na tabela.

6 | Perda da vaga na semifinal

Na rodada final da primeira fase da Copinha, bastava ao Brasil vencer o Esportivo para ir direto às semifinais. Mas o problema da bola aérea defensiva se repetiu, e a equipe cedeu o empate. Assim, precisou encarar o jovem time do Juventude em duas partidas. Sem dificuldade, avançou: 2 a 1 no Jaconi e na Baixada.

7 | A emoção dos pênaltis

Diante do Gaúcho, Wesley Santos inaugurou o marcador no Bento Freitas. Porém, novamente em jogada aérea de escanteio, o adversário empatou. Em Passo Fundo, o placar zerado encaminhou aos pênaltis a decisão do lugar na disputa do título. Tiepo defendeu uma cobrança; Márcio Jonatan e Ghiven erraram, mas o Xavante passou. Paralelamente, o rival Pelotas era eliminado.

8 | A festa do título

A mobilização para o jogo da taça começou antes da partida de ida da decisão – um empate no Cristo Rei contra o Aimoré. Os ingressos para o duelo derradeiro iam se esgotando aos poucos. Domingo, a recepção da torcida ao ônibus da delegação ajudou a empurrar o time para o triunfo nos 90 minutos.

Murilo e Wesley marcaram os gols, desatando o clima de celebração muito antes do árbitro encerrar a final. Quando isso ocorreu, os xavantes tomaram o gramado do Bento Freitas e comemoraram o primeiro título de copa estadual desde 1995, quando o Brasil levou a Copa Giugliani Filho, em formato diferente do atual.

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