Taim busca a regularização fundiária de área correspondente a 40% do perímetro da reserva

Preservação

Taim busca a regularização fundiária de área correspondente a 40% do perímetro da reserva

Processos para a aquisição de todas as propriedades rurais já foram iniciados, porém, avançam lentamente devido às restrições orçamentárias e à falta de pessoal

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Atualizado terça-feira,
18 de Novembro de 2025 às 16:19

Taim busca a regularização fundiária de área correspondente a 40% do perímetro da reserva
São quase 33 mil hectares de área de conservação ambiental. (Foto: Jô Folha)

Fundamental para a preservação de dezenas de espécies e para o equilíbrio do regime hídrico da região, a Estação Ecológica do Taim trabalha para adquirir a titularidade da totalidade de sua área de proteção com a regularização fundiária. Atualmente, 40% do perímetro de quase 33 mil hectares ainda é propriedade particular de criação de gado. Para a indenização das áreas, a União tem reservado cerca de R$ 30 milhões.

O fato de não haver moradores e de os produtores rurais estarem dispostos a vender facilita a aquisição total das áreas, porém a compra esbarra na limitação orçamentária e na demora do processo devido ao número reduzido de servidores do ICMBio para realizar a regularização fundiária.

“São em torno de seis a sete fazendas grandes que tem lá dentro. Tem as dificuldades, mas, com o tempo, vamos conseguir”, diz o chefe da Esec Taim, Fernando Weber.

Todas as propriedades já estão com os processos de regularização fundiária abertos, e a expectativa é de que pelo menos duas áreas, com processo mais avançado, na etapa de avaliação de terras, sejam adquiridas pelo governo federal em 2026. “Tem recursos, mas é um processo demorado. O nosso interesse é que, o mais breve possível, a gente consiga regularizar toda a área e alcançar 100% da preservação.”

Weber detalha que a parte privada do Taim fica ao lado esquerdo da BR-471 para quem segue em direção ao Chuí. “Onde se vê alguns gados é porque a área ainda não foi indenizada.”

Prestes a completar 40 anos de conservação no próximo ano, o Taim não é mais visto como um impasse para o desenvolvimento da agropecuária, segundo o chefe da Esec, mas sim como um aliado da produção rural. “Porque a gente não trava nada; até ajudamos no microclima e na regulação hídrica. Eles precisam puxar água para o arroz, então nos veem como aliados.”

Visitação ao Taim

Para 2026, a Esec planeja abrir o Taim para visitações guiadas ao público. Atualmente, o acesso é permitido somente a escolas e universidades com agendamento prévio. A visitação contará com trilha terrestre e passeio de caiaque — já foram adquiridas oito embarcações para os tours. “Só conhecendo é que a pessoa tem o interesse em preservar”, diz Weber sobre a abertura da estação ecológica.

O Taim

Ampliada para quase 33 mil hectares por decreto presidencial em 2017, a Estação Ecológica do Taim foi criada em 1986 com pouco mais de 10 mil hectares, nos municípios de Rio Grande e Santa Maria do Palmar. A conservação da área é considerada essencial por concentrar banhados, campos e lagoas, assim como por abrigar dezenas de espécies, entre mamíferos, répteis e aves migratórias.

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