O Corpo de Bombeiros segue monitorando o incêndio que atinge um silo, que fica às margens da BR-116, em Arroio Grande. As chamas teriam iniciado por volta das 8h30 do sábado (11) e, com a chuva do final de semana, foram cessadas, restando uma fumaça, que ainda pode ser percebida no local. A estrutura que pegou fogo fica ao lado de outra que já havia registrado o mesmo sinistro em julho deste ano. Não há registro de feridos.
De acordo com o Comandante do Corpo de Bombeiros de Rio Grande (3º BBM), que atende a região, quando a guarnição conseguiu chegar até o silo, as chamas estavam altas e não havia como acessar o local. “Por conta do último incêndio, tem muita soja na volta do outro silo, com cerca de 60 a 70 centímetros de altura, o que impede o acesso”, afirma o tenente Colares.
Neste momento, o trabalho é para rescaldo ao lado dos silos. A brigada de incêndio da empresa Cotribá, responsável pelo silo, atua na retirada do material no entorno da estrutura, que não corre risco de colapsar.
Segundo o Comandante do 3º BBM, após esta etapa, a estratégia será acessar o local pela lateral para retirar a soja que está por baixo, de forma a evitar um novo foco de incêndio.
Causas
O silo armazena cerca de 120 toneladas de soja e, de acordo com a análise inicial das autoridades, o fogo pode ter sido causado pelo atrito dos próprios grãos de soja, gerando uma combustão espontânea.
Foi mobilizada a guarnição de serviço do pelotão de bombeiro militar de Jaguarão, guarnição de serviço do serviço civil auxiliar de bombeiro (SCAB) de Arroio Grande e a brigada de incêndio da empresa responsável pelo silo.
Segundo incêndio no local
De acordo com o Comando Ambiental da Brigada Militar (Patram), uma guarnição deve ser deslocada até o local nesta semana para avaliar as condições do sinistro e os potenciais riscos de contaminação do meio ambiente.
Em julho, um outro incêndio consumiu a estrutura de um silo nas instalações da Cotribá em Arroio Grande. Na ocasião, foi aberto um inquérito para apurar a possibilidade de crime ambiental. A investigação segue em aberto.
Na ocasião, o descarte dos grãos teria gerado uma grande quantidade de chorume que, em caso de infiltração no solo, pode configurar o crime. O mesmo deve ser avaliado nesta ocorrência.
Em resposta ao A Hora do Sul, à época, o setor jurídico da empresa afirmou que tinha toda a documentação para as atividades desenvolvidas em Arroio Grande dentro da conformidade com a legislação e que também contava com o aval da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Sobre a possibilidade de crime ambiental, a empresa garantiu, na ocasião, que não havia qualquer irregularidade intencional, uma vez que o material precisou ser retirado dos dois silos, pelo Corpo de Bombeiros, para o combate às chamas.
Posicionamento da empresa
Em nota oficial, a Cotribá confirmou a ocorrência do incêndio na unidade Arroio Grande 2 e o registro de apenas danos materiais. Além disso, informa que o acesso está temporariamente restrito e somente equipes autorizadas estão atuando no local, por motivos de segurança.
Sobre o armazenamento, a empresa garantiu que, tanto o silo quanto os grãos armazenados, possuem cobertura de seguro.
Ao reforçar seu compromisso com a segurança, a transparência e a responsabilidade em todas as suas operações, a Cotribá destacou a atuação imediata do Corpo de Bombeiros e das demais equipes envolvidas no atendimento da ocorrência.
A área está sob monitoramento e um acompanhamento técnico está sendo realizado para avaliação dos danos.