Artistas promovem festival de música no Theatro Guarany para auxiliar as famílias dos combatentes

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Artistas promovem festival de música no Theatro Guarany para auxiliar as famílias dos combatentes

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Atualizado terça-feira,
14 de Outubro de 2025 às 14:27

Há 95 anos

Era organizado um festival artístico em favor das famílias dos combatentes da Revolução de 1930. O evento foi marcado para o dia 31 de outubro daquele ano e ocorreria no Theatro Guarany. A realização foi liderada por artistas da cidade, como o barítono italiano Romeu Tagnin, Olga Fossatti e Antonieta Caringi.
Antonieta Caringi foi uma cantora lírica pelotense. Na época, ela seguia carreira artística e, cerca de um mês antes, tinha se apresentado em Porto Alegre. O recital de Antonieta tinha sido muito bem-recebido pela imprensa da capital. “O recital de canto da senhorita Antonieta Caringi, que goza, em Pelotas, da fama de excelente cantora, veio confirmar o juízo que formáramos na audição particular, oferecida à imprensa, no salão nobre do Correio do Povo”, escreveu um crítico.
A facilidade absoluta de emissão das notas foi outra característica elogiada e comparada a vozes consagradas. No programa estavam composições de Verdi, Handel, entre outros. Apenas a interpretação da composição Nel cor più non mi sento, de Giovanni Paisiello, foi considerada mediana. Mesmo assim, o crítico apostava em uma bem-sucedida carreira.

Prima do escultor

Tia avó do professor universitário Nicola Caringi Lima, Antonieta era prima irmã do escultor Antonio Caringi. Aos 16 anos, Antonieta foi uma das vozes ouvidas no recital em comemoração ao terceiro aniversário do Conservatório de Música de Pelotas, criado em 1918.
Segundo Lima, entusiasmada com o sucesso da também soprano pelotense Zola Amaro (1891-1944), Antonieta também buscou aperfeiçoamento da voz, fora de Pelotas. Ela foi para o Rio de Janeiro, onde estudou e permaneceu por seis anos. Por lá teve o mesmo professor da contemporânea Bidu Sayão (1902-1999).
Chegou a se apresentar no Theatro Municipal carioca ao lado da própria conterrânea e sua voz de soprano ligeira era também ouvida na seção musical do programa de rádio Voz do Brasil.  Na época era chamada de “rouxinol pelotense”. Porém, Antonieta não obteve nos palcos o mesmo sucesso que Zola Amaro.
Na família, segundo o professor, comentava-se que talvez a discrição e a timidez da pelotense tenham influenciado na sua carreira da cantora. Em Pelotas era reclusa, mas, logo depois do retorno, participou de recitais e festivais. Posteriormente saiu da vida pública. Solteira, não deixou herdeiros.

Fontes: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 50 anos

Laura Iruzum recebe a mais alta honraria na área da educação

Professora esteve à frente da 5ª DE (Foto: Reprodução)

O Estado concedeu à professora Laura Machado Iruzum a Comenda da Educação Emérita do Rio Grande do Sul, a mais alta honraria dada pelo governador Sinval Guazzelli para uma autoridade dessa área. Na época a educadora, ex-delegada titular da 5ª Delegacia de Ensino (atual Coordenadoria Regional de Educação), estava aposentada e se dedicando a obras de benemerência.

A professora de Pelotas foi homenageada, juntamente com outros dois professores gaúchos, no dia 15 de outubro (Dia do Professor) de 1975, em Porto Alegre, no Gabinete do Governador, no Palácio Piratini. Antes da professora Laura Iruzum, a professora Sylvia Mello, também delegada da DE, tinha sido agraciada com a honraria. Um pouco antes, a professora Laura também recebeu os títulos de cidadã de Canguçu e Arroio Grande.

Vida profissional

A ex-delegada ingressou no magistério primário municipal de Pelotas em 1938. Em 1944, no dia 5 de abril, passou a integrar os quadros do magistério estadual primário, atuando no Grupo Escolar Cassiano do Nascimento. Em 10 de março de 1947 assumiu a direção da mesma escola.

As atividades na DE começaram em 12 de junho de 1956, quando assumiu o cargo de colaboradora, o qual desenvolveu até 16 de setembro de 1957. A professora também recebeu o prêmio Rui Barbosa por ter alfabetizado o maior número de alunos, em Pelotas.

Destaque em Pelotas

Laura Iruzum ocupou um lugar de destaque no cenário educacional de Pelotas, por várias décadas. Recebeu várias distinções e láureas por seu trabalho e por sua dedicação ao ensino. A educadora morreu em 2014, sendo sepultada no dia 4 de outubro, no Cemitério São Francisco de Paula, do Fragata.

Fontes: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Prefeitura de Pelotas

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