Crimes repugnantes merecem responsabilização

Editorial

Crimes repugnantes merecem responsabilização

Atualizado segunda-feira,
13 de Outubro de 2025 às 11:28

Crimes repugnantes merecem responsabilização
(Foto: João Pedro Goulart)

Foi uma bela manhã, a do último sábado. Dia ensolarado, temperaturas agradáveis e, no Centro de Pelotas, algumas ruas trancadas devido à primeira edição do evento Corre Preto, uma iniciativa pensada para estimular a integração, a saúde e o exercício físico entre pessoas negras. Medida fundamental. O Grupo A Hora acompanhou a movimentação e registrou a corrida nas redes sociais, em um vídeo publicado no Facebook e Instagram, algo corriqueiro na rotina dos nossos veículos. Pessoas sorridentes, alegres, fazendo exercício físico e aproveitando a cidade, além de estimular práticas saudáveis em uma ação tão representativa.

No entanto, houve uma surpreendente enxurrada de comentários preconceituosos, jocosos e racistas. Uma abordagem repugnante e que precisa de responsabilização dos envolvidos. Os movimentos de manada da internet são complexos de se explicar. Atrás das telas, do conforto do seu lar, há quem ache que possa fazer o que bem entender e destilar ódio e preconceito. Não é assim e as autoridades devem atuar de maneira firme e exemplar para que fatos ocorridos como o do último sábado não se repitam e, quando ocorrerem, sejam punidos.

O Grupo A Hora condena veementemente tal acontecimento e lamenta que a caixa de comentários de suas plataformas tenha sido usada para exalar comentários odiosos e absurdos. No entanto, optou por não deletar nenhum deles por uma simples razão: tais pessoas precisam estar expostas. Suas falas devem estar ali, ao alcance das autoridades para que possam identificar e responsabilizar dentro da rigidez da lei.

O caso joga luz à própria sociedade que vivemos. Aqui em Pelotas, uma das cidades mais negras do Rio Grande do Sul, há quem se sinta confortável em ir a uma rede pública e destilar racismo puro e direto. É uma realidade enfrentada diariamente pela população negra e que precisa ser combatida com toda a força. Situações assim reforçam a necessidade de medidas educativas para que consigamos formar pessoas livres da visão deturpada trazida pelo preconceito, mas também da necessidade de autoridades estarem sempre vigilantes e atuando com rigor para punir quem ainda se sente a vontade para destilar ódio gratuito.

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