“Ao conhecer a causa do autismo, as pessoas passam a entender, a acolher e a incluir.”

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“Ao conhecer a causa do autismo, as pessoas passam a entender, a acolher e a incluir.”

Eliane Bittencourt - Coordenadora do Movimento Orgulho Autista Brasil em Pelotas (Moab)

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“Ao conhecer a causa do autismo, as pessoas passam a entender, a acolher e a incluir.”
Eliane atua hoje como uma das lideranças pelos direitos dos autistas em Pelotas (Foto: Divulgação)

Aprofessora Eliane Bittencourt é mãe do Márcio, de 20 anos, que aos seis, foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Desde então, ela busca dar visibilidade a causa e trazer para o debate políticas públicas que atendam as pessoas com TEA, além da capacitação de profissionais, necessidade de espaços de convivência e acolhimento. Além disso, pretende lançar um livro, entitulado Autismo, Meu Filho, Meu Professor. Atualmente é coordenadora do movimento Orgulho Autista Brasil em Pelotas.

Desde que o Márcio recebeu o diagnóstico do TEA, como mãe buscastes não só te aprofundar no tema como também levar informação para outras famílias. Como foi isso?
É impossível estar nessa causa sem se movimentar. Quando se recebe o diagnóstico temos duas opções: paralisamos ou agimos e o Márcio me trouxe esse ímpeto de movimento dentro desse mundo tão singular do autismo. Ele tinha seis anos quando recebi o diagnóstico. Naquela época, minhas lutas eram em relação a questões da criança com autismo, hoje é sobre os jovens e adultos. Nessa caminhada, busco políticas públicas e espaços de pertencimento para eles porque, mais do que falar sobre a causa, a gente precisa agir para que todos eles tenham uma qualidade de vida. Ao conhecer a causa do autismo, as pessoas passam a entender, a acolher e a incluir.

Na tua visão, o que mudou nestes 14 anos no tratamento e nas políticas públicas?
Mudou bastante, mas ainda precisamos de mais avanços porque a demanda aumentou também. Na época não tinha o Centro de Atendimento ao Autista em Pelotas. Além do Cerenepe e Apae, que também faziam atendimentos a pessoas com TEA, vi a necessidade de termos um atendimento especializado. Hoje há o Centro de Atendimento ao Autista (Dr. Danilo Rolim de Moura) e estamos a caminho de termos um Centro de Saúde (Pelotas e Rio Grande irão receber dois Centros Especializados em Reabilitação para o atendimento a crianças e adultos com transtorno do espectro autista.) As políticas públicas para os nossos filhos estão chegando. Ainda sonhamos com um centro de convivência para jovens e adultos com deficiência e com autismo, para que possam se sentir pertencentes e interagir entre eles. Isso faz muita falta porque eles não se encontram muitas vezes dentro daquela juventude que tem a idade deles. O Márcio, com 20 anos, não se encaixa num grupo de jovens de 20 anos. Ele precisa estar com os pares. Isso também é inclusão.

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