O romance acabou?

Opinião

Helena Tomaschewski

Helena Tomaschewski

Estudante de Direito

O romance acabou?

Por

Ultimamente, ando fazendo uma pesquisa de campo com mulheres solteiras de vinte e poucos anos — e isso inclui o árduo trabalho de conversar sobre as aventuras das minhas amigas. Todas concordam em uma coisa: o romance acabou.

(In)felizmente, somos da geração que ouviu as histórias românticas das cartas de amor das nossas avós e, na vida adulta, foi surpreendida com o imediatismo da tecnologia. Nada de flores, declarações em voz alta e, muito menos, cartas. A arte da conquista se foi. Hoje se usam aplicativos, em que o simples ato de dar dois cliques demonstra interesse. A mexida de um polegar é o máximo esforço que fazemos — e, às vezes, achamos demais.

Nessas conversas regadas a vinho e risadas, concordamos que os homens ainda não entenderam exatamente o que queremos do feminismo. Em vez de um movimento político e social, o gênero masculino o vê como algo relacionado ao lado amoroso — como se nós, mulheres, tivéssemos cansado dos buquês e, no fim, ficássemos sem a igualdade social e sem as rosas.

Pode parecer contraditório para alguns, mas acho que falo por grande parte das mulheres quando digo que ainda temos esperança na arte da conquista. Atualmente, é uma lenda urbana: vemos em filmes, lemos em livros, ouvimos em histórias antigas. Então, aos meus caros leitores, prometo que a maioria das mulheres ainda gosta de romance. E, meninas, espero que tenhamos ótimas histórias para contar às nossas netas.

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