É muito fácil hoje largar uma tela na mão de uma criança e deixar que ela fique quietinha, no seu cantinho, distraída por horas a fio. Não chora, não reclama, não pergunta, não apronta… Mas se desenvolve? É preciso lembrar que uma criança precisa de atenção, acima de tudo, para evoluir. Ouvir respostas, ter sua criatividade estimulada, entrar em contato com suas emoções (muitas vezes através do choro e da birra) e até se sujar. Tudo isso passa pela construção do caráter e da personalidade, do intelecto e da própria individualidade. As crianças ao seu redor recebem essa oportunidade?
A responsabilidade de proporcionar um desenvolvimento justo e equilibrado às crianças é de cargo pura e exclusivamente dos seus adultos. É preciso refletir o tempo inteiro sobre o que está sendo oferecido para que essa criança esteja tendo propiciado um ambiente justo para evoluir como cidadão. Há muita crítica sobre a falta de crianças na rua, sobre a youtubezação do aprendizado e a digitalização das interações. Por isso, é tão fundamental olhar para o próprio lar, para a própria família, e entender se não estamos replicando esse modelo perigoso.
A proibição de celulares na sala de aula já desponta como um sucesso absoluto em termos de estímulo à socialização e à concentração em sala de aula. Mas em casa a coisa tem que continuar. É irreal projetar hoje uma criação totalmente analógica. Não encaixa no próprio modelo de mundo que vivemos. Mas deve ser um ambiente controlado pelos pais e responsáveis. O próprio conteúdo deve ser monitorado. Os debates sobre adultização, que tanto apareceram nos últimos meses, colocaram esse tema em evidência, mas deve ser ago monitorado constantemente. O conteúdo consumido deve ser de pleno controle e conhecimento dos pais.
Nesse Dia das Crianças, é fundamental reforçar o papel do adulto na formação dos nossos pequenos. Eles têm olhares curiosos e potencialidades imensas a serem exploradas, e é nosso papel proporcionar um mundo capaz de abranger isso. Precisamos afiar o intelecto e a socialização do cidadão do futuro. Um movimento que precisa ser reforçado diariamente.