“Ela está mais próxima do que deveria”, diz promotor sobre relação entre crime organizado e política

Fiscalização

“Ela está mais próxima do que deveria”, diz promotor sobre relação entre crime organizado e política

Coordenador do 10º Núcleo do Gaeco, Rogério Caldas, aponta o financiamento de campanhas eleitorais como principal tentativa de entrada do crime na administração pública

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“Ela está mais próxima do que deveria”, diz promotor sobre relação entre crime organizado e política
Gaeco monitora movimentação entre grupos criminosos e políticos. (Foto: Gaeco - MPRS)

A menos de um ano das eleições de 2026, o Ministério Público do Rio Grande do Sul já organiza ações de fiscalização do processo eleitoral. Segundo o promotor de Justiça Rogério Caldas, o financiamento de campanhas tem se mostrado o principal caminho de acesso de organizações criminosas à política em Pelotas e no Estado.

Coordenador do 10º Núcleo do Gaeco, Caldas afirmou em entrevista à Rádio Pelotense que a aproximação de organizações criminosas com políticos e a administração pública tem aumentado cada vez mais. “[A relação] está mais próxima do que deveria, é uma preocupação muito grande para todos nós e isso é um problema não só de Pelotas, mas do Rio Grande do Sul inteiro”, diz.

O promotor relembra que o avanço do crime organizado já foi uma realidade na última eleição municipal, quando o MP impugnou uma série de campanhas financiadas por organizações criminosas.

“No momento em que foram alertados, os próprios partidos não permitiram a candidatura. E o Ministério Público tem feito um trabalho de monitoramento das atividades dessas organizações criminosas em relação aos processos eleitorais”.

Legislativo como principal alvo

Devido à quantidade de candidatos e políticos eleitos, o poder Legislativo é o mais visado para a infiltração de redes criminosas. Conforme Caldas, o processo começa pela cooptação do candidato e depois avança para a entrada de criminosos no poder público, geralmente por meio de cargos de confiança.

“O Legislativo é um poder mais vulnerável, porque tem muitos vereadores e muitos estão mais expostos em uma eleição do que o cargo majoritário, e acabam sendo assediados pelo crime organizado”, diz. O promotor de Justiça ressalta que o trabalho de monitoramento de agentes públicos é constante, mesmo após o período eleitoral.

“Porque o crime organizado vive de corrupção, lavando dinheiro para poder exercer os seus crimes, e só corrompendo agentes públicos consegue ter facilidade para cometê-los”, conclui.

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