Com o Dia das Crianças a quatro dias de distância, a expectativa de movimento é positiva no comércio nacional. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a data deve movimentar R$ 9,96 bilhões no varejo, o maior volume dos últimos dez anos. Em Pelotas, a projeção também é de crescimento: o comércio espera um aumento de 3,9% nas vendas em relação a 2024, com o maior movimento entre sexta e sábado.
Apesar das projeções, o bolso do consumidor ainda tem influenciado. O presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Pelotas, Renzo Antonioli, considera a taxa de crescimento esperada um número “razoável”, mas reforça: “O consumidor está nitidamente mais cauteloso”. Ele pondera, de igual forma, que o Dia das Crianças sensibiliza as pessoas, e vários parentes costumam presentear uma mesma criança.
Nas lojas, essa cautela se traduz na busca por presentes menores: as populares “lembrancinhas”. Rosani Mews, funcionária de uma loja do Centro há 11 anos, sentiu a diferença. “O pessoal está levando coisas menores. Estão comprando lembrancinhas”. O estabelecimento precisou se adaptar à nova realidade, investindo em itens mais simples e com preço menor.
A comerciária aponta que o preço médio mais procurado para os presentes é a partir de R$ 30 ou R$ 40, com destaque para bolas, carrinhos de brinquedo e bonecas. Suzana de Ávila, de outra loja, também observa a tendência: “O que sai mais, no dia a dia, são os itens de preço mais acessível. Até porque, assim, tem como comprar em mais quantidade”.
Brinquedos clássicos seguem em alta
Antonioli destaca que os itens mais procurados continuam os clássicos: brinquedos, confecções, calçados e eletrônicos educativos. Nas lojas, o básico domina. Com isso, a estratégia adotada no estabelecimento em que trabalha Suzana foi oferecer promoções ou kits de mais de um brinquedo por um valor acessível.
Entre telas e brinquedos
O desafio do consumo, porém, não se restringe apenas ao preço. A busca pelo brinquedo analógico também é uma tentativa de competir com os eletrônicos. Tanise Luz, mãe de duas crianças, uma delas autista, conta que comprou para o filho um kit de construção e que a avó também já deu uma máquina de fazer bolhas, além de roupas e calçados.
Ela se adianta nas compras para evitar a correria conforme a data se aproxima e ainda procura por presentes físicos que tirem, pelo menos por um tempo, a filha de 11 anos do celular. “A gente dá o brinquedo para ver se sai um pouco da tela,” diz. Ela lamenta que o eletrônico tenha assumido um papel tão importante na rotina da filha e defende que o brinquedo ainda é a maneira eficiente de fomentar uma infância saudável.
Corrida de última hora
Mesmo com o feriado caindo em um domingo, a expectativa do comércio é que a maior parte das vendas se concentre nos últimos dias. “As vendas mais significativas sempre recaem sobre sexta e sábados,” explica o representante do Sindilojas, já que a maioria das lojas do centro não pretende abrir no domingo.
Campanha da CDL
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Pelotas (CDL) está com a campanha “Dia das Crianças – Sempre é tempo de fazer o bem!”. As empresas associadas à entidade que aderirem à ação, receberão um adesivo de identificação que deverá ser colocado nas vitrines.
Além de incentivar a arrecadação de brinquedos e materiais escolares destinados a crianças em situação de vulnerabilidade, a iniciativa também fomenta o movimento da #PelotasEuComproAqui, campanha tradicional da entidade que busca reforçar a importância de a população pelotense apoiar as empresas locais. A participação da iniciativa poderá ser solicitada através do número: (53) 3199-8702, até esta quinta-feira (9).