Um ano para mudar nossa realidade

Opinião

Jarbas Tomaschewski

Jarbas Tomaschewski

Coordenador Editorial e de Projetos do A Hora do Sul

Um ano para mudar nossa realidade

Por

Estamos a um ano do primeiro turno das eleições. Em 4 de outubro de 2026 iremos às urnas escolher os representantes para o Executivo e o Legislativo até 2030 e definir como a Zona Sul estará presente na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Hoje, o cenário é desanimador. Dos 31 parlamentares federais gaúchos, somente três são da região. Uma relação desigual: 90% contra 10% a favor da Metade Norte — percentual que ganha inevitável peso em momentos de mobilização, defesa de bandeiras estratégicas e articulações. Ambiente semelhante é observado na Assembleia: dos 55 deputados estaduais, apenas quatro têm vínculos regionais. Ocupamos tímidas 8% das cadeiras.

O desafio é do tamanho de uma montanha. Passa por mudanças de postura de partidos, políticos e eleitores. No último pleito majoritário, Pelotas entregou mais de 40 mil votos a candidatos a deputado federal de fora, que não colocam os pés na cidade nem conhecem nossas demandas. Mas, ao chegarem aqui, são amparados por apoiadores, carregados, ajudados na campanha e celebrados se eleitos ou reeleitos. Ajudam a fortalecer quem, se deixado nas praias do Laranjal ou do Cassino, não tem ideia de onde está. Dos eleitos em 2022, repassamos àqueles com base eleitoral de Porto Alegre para cima assustadores 38.508 votos — o suficiente para uma segunda vaga pelotense em Brasília. Apenas em emendas, representaria em torno de R$ 120 milhões a mais em investimentos. Recursos públicos dos quais abrimos mão e que demos de presente a outras regiões.

O Grupo A Hora entende a representatividade política como condição estratégica do desenvolvimento. Sem quem erga a bandeira da Zona Sul, sempre seremos coadjuvantes e pouco ouvidos. E ninguém gosta de viver de migalhas. Por isso, até 4 de outubro do próximo ano, vamos atuar com força para ajudar no processo de recuperação e aumento das vagas na Assembleia e no Congresso. Debates, entrevistas e campanhas institucionais, entre outras ações, vão fomentar uma discussão democrática urgente e necessária.

Reconhecemos as dificuldades dessa batalha. Sem apoio, ela será difícil de vencer. Por isso, buscamos a parceria daqueles que pensam como o Grupo A Hora, torcem e trabalham pela região e também desejam escutar mais vozes na defesa das prioridades de Pelotas, Rio Grande, São Lourenço do Sul, Canguçu e dos demais municípios.

Esse movimento passa por uma profunda reflexão. Somos pródigos em trabalhar internamente contra nossos próprios nomes, exclusivamente para comemorar a derrota que não é de um, mas de todos. Já aconteceu no passado e acontece nos dias atuais. E aqui vale a reflexão: enquanto exercitamos o pensamento autodestrutivo, a Metade Norte fica com a maioria das vagas.

Lançar dezenas de nomes é a fórmula perfeita para sair derrotado nas eleições. Também somos “bons” nisso. Pulverizamos os votos, sem apoiar de forma unificada boas indicações. Tudo passa por nova mentalidade, compreender que a região precisa estar acima dos interesses individuais. E, em meio a tantos pontos de interrogação, cabe inserir outro: as siglas desejam abandonar sua mesquinhez política e inaugurar um ciclo positivo? Conseguem enxergar deputados “da e para a” Metade Sul?

Também o setor empresarial — responsável por fazer a economia girar — precisa demonstrar interesse em mudar o cenário hoje desfavorável. Discutir e cobrar dos partidos para que trabalhem a favor do aumento da representatividade e não desperdicem a oportunidade que só aparece a cada quatro anos. Defender nomes fortes, ajudar e provocar mudanças de atitude.

O Grupo A Hora assume esse pacto. Iremos estimular o pensamento crítico e provocar o eleitor a refletir sobre a importância e a força do seu voto, e como ele pode contribuir com a Zona Sul por meio da valorização dos representantes regionais na disputa em 2026. Convidamos todos a construir um ambiente onde possamos, daqui a um ano, comemorar a mudança necessária da nossa realidade.

Participe, debata, cobre. Venha conosco.

Acompanhe
nossas
redes sociais