Sindicato explica variação de preços dos combustíveis de quase 13% e alerta sobre “fator gaúcho” no mercado

Entrevista

Sindicato explica variação de preços dos combustíveis de quase 13% e alerta sobre “fator gaúcho” no mercado

Relatório do Procon Pelotas aponta variações consideráveis entre postos, e o presidente do Sulpetro detalha os fatores que influenciam a dinâmica do varejo

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Sindicato explica variação de preços dos combustíveis de quase 13% e alerta sobre “fator gaúcho” no mercado
Em Pelotas, a gasolina comum teve uma variação de 8,96%, com preços oscilando entre R$ 6,14 e R$ 6,69. (Foto: Jô Folha)

Uma pesquisa comparativa de preços de combustíveis realizada pelo Procon Pelotas referente ao mês de agosto de 2025 revelou uma ampla variação nos valores praticados em postos de gasolina do município, com o diesel S-500 atingindo uma diferença de 13,19% entre o menor e o maior preço registrado. O levantamento, conduzido em 25 estabelecimentos de revenda, levanta hipóteses sobre a dinâmica do mercado de combustíveis na região.

Conforme o relatório do Serviço de Educação ao Consumidor do Procon Pelotas, as variações foram consideráveis para todos os tipos de combustível pesquisados. A gasolina comum, por exemplo, teve uma variação de 8,96%, com preços oscilando entre R$ 6,14 e R$ 6,69. Já a gasolina aditivada apresentou uma diferença ainda maior, de 12,21%, sendo encontrada por valores de R$ 6,14 a R$ 6,89.

O etanol registrou a menor variação, de 6,26%, com preços de R$ 4,79 a R$ 5,09. Por outro lado, o diesel demonstrou as maiores discrepâncias, com o Diesel S-500 variando em 13,19% e o Diesel S-10, em 12,81%. Além da diferença de preços entre postos, o estudo do Procon também aponta uma tendência de estabilidade ou leve aumento nos preços médios em relação ao mês de julho.

O que explica isso?

O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, comenta sobre a pesquisa do Procon e a dinâmica dos preços. “O que o Procon de Pelotas fez é o que o consumidor deve fazer, é ir a campo. Essa variação é inerente ao mercado. O preço não é único para todos. Existem estratégias diferentes, custos de aquisição distintos e até a questão de um posto estar mais distante de um centro logístico”, explica. Ele ressalta que essa concorrência beneficia o consumidor e que a variação de 8% a 12% é natural em um mercado livre.

Dal’Aqua destaca que o cenário do Rio Grande do Sul é particular no contexto nacional. “Nosso preço médio é muito menor se comparado a outros estados. O Rio Grande do Sul tem uma característica de ser mais forte na concorrência, e o preço acaba sendo mais justo por conta disso”, afirma. Ele também credita a estabilidade recente dos preços à isonomia tributária do ICMS, resultado de uma medida de valor único para todo o Brasil.

Qualidade do produto

Apesar da competitividade, o presidente do sindicato demonstra preocupação com a qualidade do produto e as adulterações. Ele menciona a maior adição de etanol na gasolina e de biodiesel no diesel, que, se não for feita corretamente, pode prejudicar os veículos.

Para o consumidor, a dificuldade de verificar a qualidade do combustível é um desafio. “Não tem como o consumidor saber. Você tem que confiar no posto. Por isso, a gente sempre recomenda que o consumidor procure postos de bandeira e que ele tenha uma relação de confiança. Você vai na carne, você vai no açougue, e você tem que ter a certeza de que a carne é de qualidade. É o mesmo no posto”, comparou.

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