A fala do secretário de Segurança Pública de Pelotas, Márcio Medeiros, sobre o Pacto Pela Paz virar uma política de cidade, e não apenas de governo, é um alento. É fundamental que cada vez mais entes políticos tenham essa leitura sobre a importância de pensar em propostas que transpassem as gestões administrativas, seja no nível municipal, seja a nível estadual ou federal. Pensar em ações permanentes, que causem aderência e impacto a curto e longo prazo é algo fundamental para obter resultados.
O Pacto Pela Paz já está no oitavo ano e se fixou como algo naturalmente presente na vida dos pelotenses, justamente por ser amplo em seus eixos, que vão além da segurança pública, mas que englobam também políticas sociais e educacionais. Ao atacar um problema em diversas frentes e com planejamento de longo prazo, nossa cidade virou exemplo internacional de combate à criminalidade. Se hoje nosso cidadão consegue andar com muito mais tranquilidade pelas ruas e os índices de homicídio caem a cada ano, a atribuição disso é de uma política pública, que deu tão certo que já dura para além do governo que a idealizou em um primeiro momento.
Há outros exemplos de sucesso, a própria Fenadoce é um exemplo de algo sólido para além de qualquer governo na cidade, assim como o Festival Sesc. Mesmo considerando que são feitos por entidades associativas, são propostas que servem de exemplo como criações que se associam à própria imagem de um município e se tornam permanentes, quase pétreas.
Pelotas precisa agora olhar para outros pontos que precisam ser trabalhados. Limpeza urbana, revitalização de espaços públicos, fomento à educação, estímulo ao turismo e mentalidade empreendedora são alguns dos pontos que devem ser estimulados por todo e qualquer governo. Por isso, políticas de cidade, debatidas coletivamente e que ganhem aderência da esquerda à direita ou pelo centro são fundamentais para evitar que ideias e projetos sejam criados do zero a cada quatro anos e a coisa nunca, de fato, deslanche.