Programa Terra Forte destina R$ 3 milhões para a recuperação de solos em Pelotas

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Programa Terra Forte destina R$ 3 milhões para a recuperação de solos em Pelotas

Recurso será direcionado a 100 propriedades de agricultores familiares com lavouras atingidas pelos eventos climáticos extremos

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Programa Terra Forte destina R$ 3 milhões para a recuperação de solos em Pelotas
Centenas de agricultores participaram do lançamento do Terra Forte. (Foto: Victoria Fonseca)

Com a presença de centenas de agricultores, foi lançado na tarde desta sexta-feira (1º), no auditório do Sicredi, o programa Terra Forte. A iniciativa do governo do Estado irá destinar R$ 3 milhões, a serem distribuídos entre 100 propriedades da agricultura familiar de Pelotas — cada uma podendo receber até R$ 30 mil — para a recuperação de solos.

O Terra Forte é uma iniciativa com recursos do Fundo de Reconstrução do RS (Funrigs) para o restabelecimento da capacidade produtiva de pequenos agricultores atingidos pelas estiagens consecutivas dos últimos anos e pelas cheias de 2024.

Além de Pelotas, outros 21 municípios da região Sul serão beneficiados. Ao todo, 1.066 propriedades familiares devem ser contempladas nesta primeira etapa, com distribuição proporcional ao número de famílias rurais de cada município.

A verba deverá ser empregada exclusivamente na compra de materiais e insumos para a reabilitação da fertilidade do solo. Além do apoio financeiro, os produtores contemplados receberão suporte técnico da Emater para a implementação de todas as etapas previstas pelo Terra Forte.

“Além do solo, o recurso é para investir na recuperação da propriedade, uma recuperação não só do solo, mas que vise à recuperação da propriedade depois daqueles eventos climáticos”, diz o técnico extensionista da Emater, Luciano Ossanes.

O Terra Forte foi pensado para atender à recuperação do solo, diante da dificuldade e do alto investimento necessário para realizar esse processo, um trabalho que a maioria dos pequenos agricultores não teria condições de executar, considerando as despesas já causadas pelas perdas na produção.

Os beneficiados
Jaques Drawanz Hartwig era um dos agricultores presentes no auditório do Sicredi para o lançamento do Terra Forte. Produtor de hortaliças no Monte Bonito, ele conta que, há cinco anos consecutivos, os eventos climáticos causam perdas na produção de alguma forma.

“Eu retornei para a lavoura, para a agricultura, e estava até com intenção de parar, justamente por questão do clima, porque não tinha um auxílio, não tinha nada”, diz.

Conforme Hartwig, o manejo do solo é um dos maiores custos para a manutenção das lavouras. No entanto, essa despesa não pode ser totalmente repassada ao consumidor final, pois o preço ficaria inviável.

“E aí tem esse déficit. Com o tempo, vai lavando a terra e, se não tiver um manejo anual com calcário e outras coisas, não tem como plantar. Só que isso é muito caro.”

Com o lançamento do Terra Forte, o agricultor tem esperança de ser selecionado para poder investir o recurso que não irá para a recuperação do solo na ampliação de estufas — estruturas menos vulneráveis às intempéries climáticas.

“Com essa esperança que nos deram de ter um auxílio do governo, a ideia é permanecer e investir mais em estufas e coisas para contornar os problemas climáticos.”

A seleção
As inscrições para o programa Terra Forte podem ser feitas nos escritórios da Emater. Para participar, o agricultor precisa estar com a inscrição ativa no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF).

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