O secretário de Segurança Pública de Pelotas, Márcio Medeiros, defende que o Pacto pela Paz, criado em 2017, deixe de ser apenas um projeto de governo e se torne uma política de cidade.
“Se é uma ferramenta que deu muito certo, uma ferramenta que segue dando resultados, para que ela se perpetue, para que ela não vire apenas uma ferramenta de determinado governo, mas que ela passe, sim, a ser uma ferramenta do município”, argumenta o secretário.
A proposta integra diversos eixos, que envolvem não apenas segurança, mas também educação, saúde, assistência social e emprego. A estratégia é evitar que a violência seja de fácil acesso à população.
“Hoje a gente ataca o problema, a gente faz uma análise de inteligência, uma análise de dados. […] A gente efetua aquela prisão, aquele indivíduo responde, cumpre essa pena, mas ele precisa ter depois uma oportunidade no mercado de trabalho, uma oportunidade de emprego, ele precisa de uma ressocialização. Eu acho que aí sim, seria o caminho completo”, afirma.
Guarda Municipal
Com o recente ganho de autonomia na atuação da Guarda Municipal, os 162 agentes são considerados ainda mais estratégicos para o desenvolvimento de ações integradas. Conforme Medeiros, a Guarda vai além do patrulhamento, atuando também nos departamentos de Inteligência, Ensino, Tecnologia e Administrativo.
Os guardas recebem formação específica em abordagem, legislação, atendimento de ocorrências e uso de armamento. Medeiros destaca a importância da guarda como um “braço da segurança pública”, que hoje está presente até mesmo em escolas, com a Patrulha Escolar. “Já vendo aquela figura da polícia, vendo aquela figura da Guarda Municipal, serve como exemplo para aquela criança, para que queira ser aquilo no futuro”, comenta.
Combate à violência contra a mulher
Embora os números gerais da criminalidade estejam em queda, os crimes de violência doméstica e feminicídio seguem preocupando. Para enfrentar essa realidade, a secretaria retomou a Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal, com efetivo e viatura próprios, voltada exclusivamente ao acompanhamento das cerca de 400 medidas protetivas de urgência ativas no município atualmente.
“Infelizmente, ele [o feminicídio] é uma chaga muito forte na sociedade. […] é uma situação que nos revolta […] Exige um preparo mental, psicológico e técnico daquele Guarda Municipal para que consiga suportar aquela revolta que sente e consiga atender a ocorrência de forma mais técnica possível”, afirma.