Fenadoce gera oportunidades de empregos e movimenta economia

31ª edição

Fenadoce gera oportunidades de empregos e movimenta economia

Com estimativa de gerar 3,5 mil trabalhos diretos e indiretos, feira abre as portas para diversos profissionais

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Fenadoce gera oportunidades de empregos e movimenta economia
Setor doceiro é o que mais emprega temporariamente. (Foto: Jô Folha)

A Fenadoce 2025 se encaminha para os últimos dias mantendo o clima de celebração em torno da tradição doceira de Pelotas somada à oportunidade de negócios e geração de emprego e renda. Para muitas pessoas, a Feira Nacional do Doce serve de vitrine e experiência na conquista de um emprego fixo, pela visibilidade que o evento proporciona.

O Conselho Gestor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) estima que durante os 19 dias de feira sejam gerados 3,5 mil empregos diretos e indiretos, principalmente no setor de doces, onde o volume de trabalho demanda dedicação no preparo das iguarias. Até o último domingo foram comercializadas 950 mil unidades e a expectativa é superar os números do ano passado.

Quem abraçou essa oportunidade foi a sacoleira Miriam Cardoso Rodrigues, 25. Antes de ser contratada para trabalhar no estande da confeitaria Monalu, estava desempregada. “Eu sou sacoleira, trabalho vendendo roupas. Surgiu essa vaga e eu me identifiquei bastante, mesmo nunca tendo trabalhado com doces”, conta. Segundo ela, o aprendizado no novo ramo tem sido possível graças à ajuda da equipe. “As gurias aqui da Monalu são muito eficientes, me ajudaram bastante. Espero que, depois da feira, eu consiga uma oportunidade fixa com elas”, projeta Miriam.

Para Roberta Costa Pires, 34, a experiência de trabalhar na Fenadoce representa muito mais do que uma renda extra. “A gente consegue ter mais visibilidade de emprego para todos nós”, conta. Ela foi contratada por uma empresa parceira da feira, que já atua há pelo menos quatro anos no evento. “Essa empresa nos contrata, e, além da experiência, existe a chance de sermos indicados para outras oportunidades. Outras empresas nos veem aqui trabalhando e podem nos chamar”, explica Roberta.

Sobre o dia a dia na feira, ela diz que há desafios, mas também recompensas. “O trabalho é um pouco dificultoso, mas é gratificante ao mesmo tempo. Como em qualquer lugar, tem pessoas mais educadas e outras nem tanto, mas no geral é tranquilo”, avalia. Roberta integra um time de 68 funcionários da empresa Limpa, responsável pela higienização dos diferentes setores da Fenadoce. Um trabalho um pouco valorizado, mas bastante reconhecido por quem circula pelos corredores dos pavilhões e não encontra um papel fora do lugar.

Além da limpeza, a equipe é responsável pela manutenção de diversos espaços do evento. Segundo o supervisor William André, 38, a participação em eventos como a Fenadoce é fundamental para o fortalecimento da empresa e de seus funcionários. “Esse é um momento de visibilidade, uma vitrine do nosso trabalho. Muitos dos nossos colaboradores são reaproveitados em outras feiras e acabam conquistando vagas fixas em outras empresas que acompanham o serviço prestado”, explica.

A equipe recebe uniformes padronizados e todos os equipamentos de proteção individual (EPIs), como touca e luvas, especialmente nos setores de alimentação. “Buscamos manter a organização e a qualidade para bem receber feirantes e visitantes”, ressaltou William. Para ele, além do impacto imediato da geração de empregos temporários, a participação em feiras abre portas futuras para trabalhadores e empresas locais.

Doces negócios

Com 950 mil unidades de doces vendidas em 11 dias, as doceiras projetam mais uma edição de sucesso para a 31ª edição. A presidente da Associação das Doceiras de Pelotas, Simone Bicca, garante que as vendas estão indo bem. “Temos ainda pela frente cinco dias de feira, com final de semana, quando se espera uma grande movimentação de pessoas e vendas”, avalia. Ela explica que nem todas as bancas vendem de maneira parelha, pois depende do público e da movimentação, um cenário considerado normal. “Estamos otimistas que até o final do evento vamos fazer muitas vendas”.

Jussara Borges Vieira, 62, que há 12 anos participa da feira ajudando a irmã doceira, reconhece que o movimento esteve aquém do esperado. “Está fraco, talvez pelo momento econômico. Sinto falta do público de fora, de excursões. Esperamos que no último final de semana haja recuperação”, afirma. Sérgio Sias, dos Doces Dona Zilda, acredita em um bom desempenho comercial até o encerramento do evento. “A Fenadoce mantém um nível estável de vendas ao longo dos anos e a perspectiva para o fim de semana é positiva. Mesmo com chuva, a feira funciona normalmente, pois é toda coberta”, observa.

Novas Baronesas

Quem for visitar a Fenadoce hoje vai conhecer a nova Corte da feira, eleita na noite de ontem, com transmissão pelo A Hora do Sul TV, pelo YouTube. A Praça da Alimentação ficou lotada com as torcidas das dez candidatas que subiram ao palco da Praça da Alimentação. O resultado, definido por um júri técnico com participação do voto popular, foi anunciado no final da noite e está disponível no site do A Hora do Sul.

Esta foi a primeira vez que a escolha da Corte aconteceu dentro da própria programação da Fenadoce, o que atraiu atenção do público presente. A movimentação também se estende a outros espaços da Feira, como o setor de Gastronomia do Senac, que segue oferecendo oficinas e degustações, e os palcos da Cidade do Doce e da Praça da Alimentação, onde a Orquestra Municipal se apresenta nesta sexta-feira.

Debate

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a prefeitura promovem hoje, das 17h às 20h, no auditório da Fenadoce, um evento para discutir ações de resiliência no território pelotense. A programação inclui palestras com o professor Marcelo Alonso, da Faculdade de Meteorologia da UFPel, além da participação de representantes da população ribeirinha. Ao final, será elaborada uma carta de intenções com propostas de políticas públicas voltadas ao tema. O evento é aberto ao público e busca fortalecer estratégias locais de enfrentamento a situações de risco e vulnerabilidade.

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