Corte da 32ª Fenadoce começa maratona de compromissos

Soberanas

Corte da 32ª Fenadoce começa maratona de compromissos

As baronesas Andressa Tejada, Erika Maciel e Sarah Chagas Matos dos Santos dedicaram o dia para entrevistas

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Corte da 32ª Fenadoce começa maratona de compromissos
Trio foi definido na terça-feira (29). (Foto: Rafael Takaki)

Definida a Corte da 32ª Fenadoce, a etapa agora é uma maratona de compromissos até a chegada da edição 2026. As baronesas Andressa Gonçalves Tejada, 19, representante da Imperatriz Doces Finos, Érika Frank Maciel, 28, das Óticas Bilharva, e Sarah Chagas Matos dos Santos, 20, representante da empresa Cidade Alta Bairro Planejado, eleitas na noite fria de terça-feira, terão até domingo para sentir o calor do público visitante e imaginar como será levar o nome de Pelotas e da Feira Nacional do Doce Brasil a fora. Para as soberanas, os compromissos com a imprensa já demonstram o que as esperam ao longo do ano de preparação e convites. Mas o mais importante é carregar no coração um título bastante desejado.

As jovens baronesas serão entregues agora às mãos da designer de moda e cabeleireira Leona Gothe, que assinou os trajes da atual corte, um dos vestidos mais glamurosos de todas as edições, feito especialmente para os 30 anos da feira. “Não é só um vestido, é uma obra que carrega três décadas de tradição”, pontua. Formada em moda, Leona conta que nunca tinha tido a oportunidade de criar os trajes. Já na sua estreia carregou o título de criar o mais bonito das edições. “Isso me deixou muito emocionada. Cada detalhe foi pensado com muito carinho para traduzir a tradição e a grandiosidade da feira.”

Dos detalhes, Leona coloca que é um traje durável e atemporal e que teve o apoio da Adriana Silveira para dar asas à imaginação. “As pedras que usamos, por exemplo, são réplicas criadas em laboratório a partir de cabelo. Isso traz um toque de modernidade aliado à alta costura. Cada bordado foi pensado para que o traje tenha impacto visual, mas também durabilidade para ser lembrado por muitos anos”.

A partir dessa criação, a estilista aguarda ansiosa pelo tema da próxima edição para começar a criar os trajes da nova corte, embora já tenha algo em mente. “Há dois protótipos prontos, em tamanho menor, para não ficar apenas no papel e podermos visualizar os detalhes. Posso adiantar que um deles pode ter inspiração francesa. Mas os detalhes ainda são segredo”.

Surpresa, gratidão e superação

As soberanas ainda estão se adaptando com a responsabilidade que assumem a partir de agora e, para tanto, vão abrir mão ou adiar alguns projetos de vida. Todas ainda estão muito emocionadas pela repercussão do concurso e esperam contar com apoio da família e da equipe Fenadoce. Já as atuais titulares da nobreza fizeram uma despedida emocionante na passarela montada na praça da alimentação. Maria Eduarda Bicca Dode, Letícia Aguilera Larrosa da Rocha e Juliana Pereira Bast, que representaram a feira em 2024 e 2025, não esconderam às lágrimas ao agradecer o carinho recebido pelo público ao longo de dois anos.

Com a palavra, as soberanas

Andressa Gonçalves Tejada

Idade: 19 anos

Doce preferido: Bem Casado

“Estou vivendo um dos momentos mais marcantes da minha vida. “Desde pequena queria ser princesa ou rainha, e quando o título mudou para baronesa, esse desejo permaneceu o mesmo”, afirma. A relação com a cultura doceira vem de família. Durante toda a infância, Andressa acompanhou o trabalho da mãe em fábricas de doces, experiência que despertou o amor pela tradição local. “Quero representar nossa cultura da mesma forma que ela me ensinou”, diz.

Para viver a maratona de compromissos que terá pela frente, Andressa precisou renunciar a alguns projetos. “Tranquei a faculdade para me dedicar a esse sonho. Sei que será um ano de muitas exigências, experiências e aprendizados, mas estou preparada para viver tudo isso”, relata. Eleita após um ano de desafios, Andressa define sua conquista com três palavras: gratidão, alegria e superação. “Foi difícil tomar essa decisão, mas contei com pessoas importantes que me apoiaram. Hoje me sinto realizada e pronta para representar Pelotas”, completa.

Érika Frank Maciel

Idade: 28 anos

Doce preferido: Pastel de Santa Clara

Com a emoção à flor da pele, a engenheira agrônoma natural de Pelotas, ainda comemora a coroação. “A ficha ainda está caindo. Acordei emocionada e por muitos momentos não acreditei no que estava acontecendo. Estou muito feliz e realizada. Quero transmitir, ao lado da Andressa e da Sarah, a nossa cultura e a história da feira a cada pessoa que encontrar a corte ao longo do ano”, disse. Érika destacou a importância de viver o concurso dentro da própria Fenadoce. “Foi especial sentir o carinho do público e ter aquele friozinho na barriga. Cada etapa foi um aprendizado pessoal e profissional”, afirma.

A engenheira agrônoma lembra ainda da torcida de amigos, do namorado e da família. A ausência da mãe, falecida há quatro anos, tornou a conquista ainda mais significativa. “Ela sempre me incentivou nos concursos quando eu era mais nova. Tenho certeza de que está feliz, de onde estiver. Esse sonho é meu e também era dela”, emociona-se. A baronesa se prepara para um ano intenso de compromissos com a corte. “Queremos que as pessoas sintam, por meio das nossas ações, o amor pela história e pela cultura de Pelotas. Espero aproveitar cada momento dessa maratona da melhor forma possível.”

Sarah Chagas Matos dos Santos

Idade: 20 anos

Doce preferido: Bombom de morango

“O que mais me chama a atenção na história de Pelotas é o protagonismo das mulheres negras escravizadas. Foram elas que ajudaram a construir a cidade e a tradição doceira, mas muitas vezes a história valoriza apenas as receitas que vieram de Portugal. A identidade dos nossos doces vem de mãos negras, que estavam sendo exploradas, e não voluntariamente deixando Pelotas famosa”, afirma. Sarah acredita que sua presença na corte é também uma homenagem. “Quero representar bem essas mulheres que foram silenciadas e trazer essa memória à tona. Embora a nossa cultura seja linda, não podemos deixar de falar da verdade. A Fenadoce tem esse poder de transformar dor e sofrimento em beleza, valorizando as mãos que deram identidade a Pelotas como Cidade do Doce”, defende.

Sarah sempre sonhou em fazer parte da corte. “Minha mãe dizia que eu seria rainha da Fenadoce e cuidava da minha pele para que eu não tivesse cicatrizes. Ela profetizava isso na minha vida, e eu não imaginava como isso me marcaria”, lembra. A jovem tentou participar do concurso em outras edições, mas não reunia os pré-requisitos. “Deus sabe o tempo de tudo. Fui moldada para estar pronta neste ano.”

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