Empresa de grãos é investigada por crime ambiental em Arroio Grande

Denúncia

Empresa de grãos é investigada por crime ambiental em Arroio Grande

Um dos silos pegou fogo e resíduo teria sido descartado de forma irregular; empresa nega

Por

Empresa de grãos é investigada por crime ambiental em Arroio Grande
Incêndio aconteceu no dia 11 de julho. (Foto: Divulgação)

A 3ª Companhia Independente de Polícia Ambiental (3ª Cipam) da Brigada Militar autuou a empresa responsável pelo silo de grãos que pegou fogo no dia 11 de julho, em Arroio Grande. De acordo com os policiais, foi constatada a falta de licença ambiental para uma das atividades desenvolvidas no local e verificada uma denúncia de poluição ambiental. Uma investigação foi aberta para avaliar as circunstâncias do caso.

A Cipam afirma que constatou que a empresa desenvolvia atividades de limpeza, secagem e armazenagem de grãos, em uma área de aproximadamente dez hectares. Conforme a legislação, esse tipo de atividade, quando realizada em áreas superiores a 2,5 hectares, exige licenciamento específico.

Além disso, com a extinção das chamas causadas pelo incêndio em um dos silos em Arroio Grande, os grãos queimados teriam sido descartados diretamente sobre o solo, sem qualquer tipo de contenção ou impermeabilização. O resíduo gerou uma grande quantidade de chorume, que se espalhou e se infiltrou no solo, o que configura crime de poluição ambiental. A capacidade de armazenamento do silo atingido era de cerca de nove mil toneladas.

Segundo a Brigada Militar, o responsável foi conduzido à Delegacia de Polícia de Arroio Grande para prestar esclarecimentos.

Posicionamento

Ao A Hora do Sul, o setor jurídico da empresa afirmou que tem toda a documentação para as atividades desenvolvidas em Arroio Grande dentro da conformidade com a legislação e que também conta com o aval da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

Sobre a possibilidade de crime ambiental pelo descarte dos grãos atingidos pelo fogo, a empresa garante que não há qualquer irregularidade intencional, uma vez que o material precisou ser retirado dos dois silos, pelo Corpo de Bombeiros, para o combate às chamas. Além disso, foi garantida a contratação de uma profissional de engenharia ambiental para realizar o levantamento dos impactos do sinistro, e como o material atingido pode ser descartado de forma segura.

A empresa também reforça que ninguém foi preso, como antes divulgado pela Cipam, e que o responsável pela unidade acompanhou as equipes até a delegacia para esclarecimentos e listado como testemunha na investigação.

Relembre o caso

O silo que armazenava soja, localizado nas proximidades de BR-116 em Arroio Grande, pegou fogo na noite de 11 de julho e só teve as chamas controladas cerca de uma semana depois. Havia risco de desabamento da estrutura e a fumaça chegou até a área urbana, sendo necessário o deslocamento dos Bombeiros de Jaguarão para auxiliar na ocorrência. Foram mais de 20 profissionais envolvidos e nenhuma pessoa ficou ferida.

Acompanhe
nossas
redes sociais