Diante da situação de emergência em saúde e a demanda por leitos clínicos e de UTI em razão do aumento das doenças respiratórias, a prefeitura de Pelotas anunciou a contratação de mais de 30 leitos clínicos e de UTI de retaguarda. O objetivo é receber os pacientes atendidos pelo Pronto Socorro com gripe, covid-19 e síndrome respiratória aguda grave.
Desde a última semana, os pacientes já estão sendo encaminhados para o Hospital Clinicanp, onde foram contratados dez leitos clínicos, dois leitos de UTI e um leito de isolamento. A partir da semana que vem, estarão disponíveis mais dez leitos clínicos e dez de UTI na Santa Casa de Pelotas.
Segundo o edital publicado pela prefeitura para a contratação dos leitos, o custo estimado de cada leito clínico é de R$ 856,6 mil por mês, enquanto leitos de UTI tem um custo mensal estimado em R$ 1,8 milhão.
A expectativa é de que o contrato com o Clinicanp vá até o final de setembro, enquanto a contratação com a Santa Casa deve se estender até o fim do ano.
Parceria com hospital privado
A contratação com o Clinicanp, que é um hospital privado, foi articulada pelo vereador Rafael Amaral (PP), presidente da Comissão de Saúde da Câmara. Ele destacou que a parceria é uma inovação na área da saúde que pode ser ampliada. “Queremos garantir atendimento à população com qualidade, não podemos deixar as pessoas em um corredor durante dias e semanas”, disse.
A secretária de Saúde de Pelotas, Ângela Vitória, lembra que a contratação de serviços privados é prevista na legislação, mas apenas após se esgotarem as possibilidades em hospitais públicos, filantrópicos ou privados sem fins lucrativos. “Como chegamos nessa situação de emergência respiratória, era inevitável fazer esse processo”, reconhece.
Apesar de os leitos no Clinicanp terem permitido um desafogamento na demanda do Pronto Socorro, ainda há a necessidade de mais leitos. “O espaço de emergência do Pronto Socorro que deveria ter sete pessoas, já vinha sobrecarregado e sobrecarregou muito. Não há nenhuma dúvida de que ainda precisamos dos leitos da Santa Casa”, assegura.
Possibilidade de ampliação
Segundo a secretária, houve contato com outros hospitais privados que se mostraram disponíveis para oferecer serviços para o SUS. “Então temos a tendência de avançar em parcerias pontuais. Agora nos leitos emergenciais, mas mais pra frente em mutirões de cirurgias e procedimentos eletivos”, explica.
A CEO do Hospital Clinicanp, Ana Carla Laydner, explica que a conversa com o vereador se desenvolveu ao longo dos últimos meses. “A gente se sensibiliza com a questão da saúde, a gente vê a população precisando e não tendo esse acesso”, disse.
Ana Carla não descarta ampliar a parceria com o poder público para atendimentos na saúde. “Até para outros procedimentos, como mamografias, procedimentos cirúrgicos, biópsias, internações… Se a gente conseguir que o governo cumpra com o que foi contratado, com as tabelas e valores, com certeza há essa possibilidade, e cada vez mais ajudamos a população”, afirma.