A Prefeitura de Rio Grande decretou no final da noite de quarta-feira (2) situação de emergência em função das cheias da Lagoa dos Patos que já atingiram 1,2 mil casas. O acumulado de chuva em junho fez com que a elevação do nível da Laguna dos Patos se aumentasse, principalmente à noite. A Lagoa é responsável por captar aproximadamente dois terços da totalidade hídrica do Rio Grande do Sul, cujo escoamento obrigatório ocorre pela cidade do Rio Grande, em virtude de seu único ponto de acesso ao oceano ser o canal da Barra
Um relatório com danos e prejuízos e de levantamentos e laudos técnicos fundamentaram a medida, que tem o aval da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Rio Grande (COMPDEC-RG), para a decretação da Situação de Emergência Nível II. O pico máximo da Laguna ocorreu no sábado, dia 28,quando o nível atingiu 1.27 metros, ou seja, 47 centímetros acima da cota de inundação. Os locais de maior risco são as ilhas da Torotama, dos Marinheiros, do Leonídio e as zonas ribeirinhas da cidade.
Previsão de inundação não se confirma
A previsão de pico da cheia para esta quinta-feira (3) não se confirmou. Dos pontos de monitoramento da Lagoa dos Patos pelo Centro Interinstitucional de Previsão e Prognóstico de Eventos Extremos (Ciex/Furg), no início da tarde, somente em São Lourenço do Sul o nível da Lagoa estava 6 centímetros acima da cota de inundação.
A professora e coordenadora do Ciex/Furg, Elisa Fernandes, explica que, em função do enfraquecimento dos ventos e dos fortes fluxos de vazante observados no canal dos molhes, não houve alagamentos. “Amanhã (sexta-feira) entram ventos do Nordeste que favorecem ainda mais a vazante”, adianta. Mesmo assim, as equipes seguem elaborando novas previsões.