No final de semana, a Lagoa dos Patos atingiu o seu pico, neste período de cheias, às 23h30 deste sábado (28) na região de Rio Grande, quando as medições indicaram 1,27 m, 47 acima da cota de inundação.
Ao alcançar este patamar, diversos pontos das regiões ribeirinhas da cidade e de São José do Norte, enfrentaram alagamentos. Nenhuma família precisou ser deslocada para abrigos, mas a Defesa Civil rio-grandina auxiliou famílias da Ilha da Torotama na retirada de móveis das residências.
O cenário de cheias alterou-se neste domingo (29), com uma redução acentuada no nível das águas. Com a entrada de ventos de cerca de 70 quilômetros por hora, houve um recuo significativo no nível da Lagoa dos Patos, medido pela régua do CCMar. Durante a tarde, o linígrafo (aparelho que mede as variações de nível da superfície da água) indicava 80 cm, que é o limite da cota de inundação.
Condições climáticas
Apesar dos ventos auxiliarem no escoamento das águas, as fortes rajadas causaram estragos em alguns bairros de Rio Grande. De acordo com a Defesa Civil, foram registrados destelhamentos de residências e alguns postes de energia caídos, não houve feridos ou necessidade de deslocamentos para abrigos.
No dia de São Pedro, padroeiro da cidade, a tradicional procissão pelas ruas de Rio Grande foi suspensa pela prefeitura por conta das condições climáticas. A feira e a quermesse, que aconteceriam no Largo Dr. Pio, em frente à Catedral, também foram suspensas.
São Lourenço do Sul
Ainda no sábado (28) devido ao estado de alerta para a elevação dos níveis da Lagoa dos Patos, a prefeitura de São Lourenço do Sul reuniu-se com a Defesa Civil Estadual, Municipal, Brigada Militar e representantes da Furg e UFPel. Foram alinhadas estratégias de monitoramento, prevenção e resposta diante do cenário climático.
Entre as medidas preventivas, sete idosos acamados foram removidos de uma Instituição de Longa Permanência (ILPI), situada em área de risco para enchentes, e encaminhados para o Hospital São João da Reserva e para a Santa Casa de Misericórdia, enquanto outros foram acolhidos por familiares.
Algumas famílias buscaram auxílio da Defesa Civil e foram levadas para o abrigo instalado na Comunidade Nossa Senhora Medianeira. Neste domingo (29) os níveis da Lagoa dos Patos também apresentaram baixa no município, mas o cenário de atenção foi reforçado pelo executivo lourenciano.
Ações preventivas em Pelotas
No Laranjal foram construídas barreiras, de areia e pedras , além disso foi fechada a saída do arroio que passa pela Colônia Z-3. O Sanep instalou equipamentos de bombeamento onde foram erguidas contenções: na Dr. Antônio Augusto de Assumpção, próximo ao monumento Velas ao Vento, na praia do Laranjal, e no arroio da região do Cedrinho. O objetivo, segundo as equipes, é de inibir a passagem de água pelas estruturas e ampliar a capacidade de vazão.

Barreiras foram construídas na orla do Laranjal. (Foto: Jô Folha)
Até o momento, não há desabrigados em Pelotas. Em caso de necessidade de deslocamento das famílias das áreas de risco, a cidade conta com o Salão Paroquial João Paulo II e a Casa de Passagem como locais de acolhimento.
Próximos dias
O Centro de Monitoramento da Defesa Civil estadual atualizou neste domingo a previsão do tempo para os próximos dias no Rio Grande do Sul. A tendência é que as chuvas diminuam e que nesta segunda-feira (30) todas as regiões apresentem estabilidade.
Durante o final de semana, foram registrados elevados volumes de precipitações, superiores a 150 mm pontualmente no Norte do estado. O tempo estimado de chegada destas águas à região Sul é de sete dias.